Há mais de 35 anos que a qualidade dos tecidos e a confeção de tradição artesanal é um dos apanágios da marca espanhola Alfredo Villalba, que criação após criação aposta numa visão estética moderna, patente em peças contemporâneas e intemporais. Nos últimos sete anos, a renovação criativa da marca tem o cunho de Diego Villalba, filho do estilista, licenciado em economia e mestre em design de moda formado no Instituto Marangoni, em Milão, em Itália. Em entrevista exclusiva à Saber Viver, o criador revela as fontes de inspiração da última coleção e fala dos projetos de internacionalização da marca, que gostaria que incluíssem Portugal. «Adoraríamos expandir a nossa marca no mercado luso», assume.

A geometria floral é o conceito estético da sua coleção primavera/verão 2015. Onde foi buscar a inspiração e quais foram as suas preocupações estéticas e creativas ao desenvolvê-la? 

Uma das minhas características distintivas em termos de criação é a confrontação de conceitos estéticos opostos, mesmo antagónicos, que se unem numa complexa harmonia. Esta temporada, os mosaicos foram a minha principal fonte de inspiração, assim como as culturas hispano, romana e azteca, as minhas referências creativas. O mais complicado foi unir todos os conceitos e materiais que utilizo para que componham um conjunto harmónico. Ordeno o caos estético que vai surgindo das ideias e da variedade de tecidos e de materiais empregues nos modelos de Alfredo Villalba.

Comparativamente à coleção de primavera/verão do ano passado, o que manteve e que modificou e porquê?

Destacaría o branco e o negro como tons de tendência, além do comprimento da saia, midi, mas também saias com muita roda e volumes escondidos. O vestido, uma peça icónica nas minhas coleções, esta temporada tem incorporados vários elementos num só, como é o caso de tops, shorts e capas. Finalmente, a cor nunca falta nas minhas coleções. Esta primavera/verão, a influência azteca determina a minha paleta de cores com tons muito terra. Mas também se destacam cores como o laranja e o verde e toques de flúor e sempre detalhes florais, metalizados, cristais e pérolas.

Qual ou quais as tendências que acredita que vão marcar a primavera e o verão de 2015?

Nas cores, as tendências principais são o branco e os tons metalizados brilhantes. Nas peças, a saia midi e detalhes barrocos com uma certa influência hippy.

Tem uma relação especial com Portugal?

Temos a sorte de, ao termos lojas próprias e sucursais em Madrid e em Puerto Banús, contarmos com distintas clientes portuguesas.

Podemos encontrar as tuas peças em Portugal ou nunca foi um mercado prioritário?

Estamos em pleno processo de expansão global e todos os mercados onde as mulheres apreciea a nossa moda, o nosso conceito de luxo, são relevantes para Alfredo Villalba. Por proximidade e porque já conhecemos bem os gostos e o estilo da mulher portuguesa adoraríamos expandir a nossa marca no mercado luso.

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Conhece algo da moda portuguesa? Que ideia tem do que se faz por cá?

Tenho alguma informação que encontrei na internet. Além disso, desfilaram criadores portugueses na Semana da Moda de Madrid. Portugal é um país com uma tradição têxtil importante. Vejo que consolida o seu sistema de moda com jovens desenhadores que me chamam a atenção.

A marca Alfredo Villalba tem mais de 35 anos. Que projetos tem para ela e como vê a sua evolução nos próximos anos?

Acima de tudo, cumprir, pelo menos, mais outros 40! E, nos próximos anos, continuar empreendendo o ambicioso e dinâmico plano de expansão global que já iniciámos com muita energia e otimismo. Queremos que Alfredo Villalba seja uma marca de referência da moda de luxo global.

Texto: Luis Batista Gonçalves com Eva Falcão