A promoção de um envelhecimento ativo e saudável, tem sido um caminho apontado como uma resposta aos desafios relacionados com o aumento da esperança média de vida.
Entende-se por envelhecimento ativo o processo de optimização de oportunidades de vida em termos de saúde, participação e segurança, potenciando a qualidade de vida e a valorização das capacidades dos indivíduos através do trabalho, do voluntariado, do ativismo ou a participação social (Carvalho, 2013).
No século XXI, uma nova geração de idosos aparece. Trata-se uma geração de idosos, mais escolarizada, com um maior poder de compra, com mais saúde, mais consciente do seu papel na sociedade e mais ativa (profissionalmente e civicamente).
Esta nova realidade requer a necessidade de investir em novos serviços ou na adequação dos existentes, promovendo-se iniciativas diferenciadas às necessidades e capacidades de satisfação pessoal, autonomia e participação.
O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) da Fundação AFID tem vindo a acompanhar este processo de adaptação às novas exigências que vão surgindo. As nossas equipas de trabalho estão treinadas para a identificação de capacidades, potencialidades e para uma abordagem de intervenção que passa pela autonomia, capacitação, emancipação e participação.
O SAD apresenta-se como um serviço comunitário e preferencial por parte dos idosos, pois permite a sua permanência no habitat natural e a manutenção de relações efetivas com os objetos e pessoas que lhe são próximas.
Também do ponto de vista estatal se torna reposta preferencial ao ser uma solução economicamente menos onerosa comparativamente às respostas de alojamento.
O nosso serviço de apoio domiciliário abrange um conceito holístico de cuidado, procurando manter e promover a qualidade de vida quer do beneficiário quer da sua rede de suporte. Os objetivos individuais, aquilo que o individuo define como prioridade e considera importante para o seu bem-estar, vão ser essenciais na determinação do tipo de serviço a prestar pelo apoio domiciliário. Este tipo de resposta social pressupõe um serviço flexível e adaptável às reais necessidades da pessoa a quem se dirige, não esquecendo também a rede de suporte familiar e social.
No que se refere ao apoio familiar, está subjacente a resposta de serviço de apoio domiciliário, o princípio de colaboração com a família e de fortalecimento dos sistemas informais de cuidados. Pretende-se, com este tipo de resposta, além da colaboração na prestação da assistência, favorecer as relações sociais aumentando a sua coesão.
Há que valorizar e avaliar devidamente as consequências provocadas nos cuidadores pela prestação dos cuidados. O apoio domiciliário prevê aliviar a família da tarefa de cuidar, atenuando a sobrecarga a que muitas vezes está sujeita e permitindo-lhe a conciliação das tarefas do cuidar com as obrigações e necessidades profissionais e pessoais que os cuidadores mantêm.
Por outro lado, é também objetivo do serviço de apoio domiciliário reforçar as competências, capacidades das famílias e de outros cuidadores. São muitas as experiencias em SAD em que estão previstas sessões de informação, formação, partilha de experiências e sensibilização para a prestação de cuidados aos clientes.
Este enfoque nas famílias, e ao torná-las também elas objeto de cuidado, representa um forte contributo para o seu bem-estar emocional e para a promoção da sua qualidade de vida. Este sentimento positivo em termos do impacto da nossa intervenção é reconhecido por familiares e clientes, sendo este sentimento de satisfação, que nos move diariamente e que gera em nós instituição e equipa vontade de irmos sempre mais além.
Andreia Oliveira, Coordenadora do Serviço de Apoio Domiciliário da Fundação AFID Diferença
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