Tudo começou em 1948, quando Joe Woodland e o seu colega Bob Silver pretendiam desenvolver, para um supermercado de bairro em Filadélfia (EUA), um sistema capaz de identificar os produtos à saída da caixa de pagamento. Certo dia, numa praia, em Miami, Woodlan brincava com a areia, deixando-a passar por entre os dedos, e formou-se uma figura bidimensional com uma série de linhas finas e grossas. Foi neste momento que surgiu a ideia: se existisse um instrumento que lesse a informação de cada produto, era possível contabilizar as vendas totais à saída da loja.
Contudo, nessa altura o mundo não era como o conhecemos e a falta de tecnologia disponível exigiu que a ideia, já registada, fosse adiada. Nos anos 50 e 60 do século XX, caracterizados pelo início de uma nova era tecnológica, foi lançado o primeiro laser, que iria ajudar a alavancar o processo de leitura dos códigos de barras. A 3 de abril de 1973, adotou-se um standard único para a identificação dos produtos e o sonho tornou-se realidade. No ano seguinte, o primeiro código de barras foi lido, nos EUA, num pacote de pastilhas elásticas.
A partir do código de barras – o primeiro standard global –, a GS1 possibilitou a visibilidade das cadeias de valor em todos os setores, unindo, desta forma, produtores, retalhistas, transportadores, parceiros tecnológicos, alfândegas, hospitais, entidades reguladoras (internacionais e nacionais) e também consumidores.
Mas esta história não ficou por aqui. Com a evolução tecnológica e as crescentes exigências dos consumidores, nomeadamente a nível de rastreabilidade e transparência das cadeias de valor, surgiram os códigos 2D, de que são exemplos os QR Codes e o GS1 DataMatrix, com um elevado potencial de agregação de informação. Estes são já amplamente utilizados no setor da saúde, estando em desenvolvimento testes no setor do retalho, ainda com um grande potencial para outros setores.
No nosso país a história do código de barras tem 37 anos
Desde o inicial código de barras unidimensional à mais recente codificação bidimensional, como os QR Codes e o GS1 DataMatrix, este veículo de informação de produto permite “melhorar a vida das pessoas, todos os dias, enquanto torna, também, a relação entre os vários agentes da cadeia de valor mais eficiente e sustentável”, afirma João de Castro Guimarães, Diretor-Executivo da GS1 Portugal, entidade que introduziu os códigos de barras no nosso país.
A utilização de códigos de barras é algo tão garantido e comum nos dias de hoje, que, muitas vezes, a sua importância passa despercebida. Ir às compras sem que os produtos tenham esta ferramenta incorporada é uma experiência impossível de imaginar, implicaria chegar à caixa para o ato de pagamento e ter de aguardar que o operador registasse manualmente o produto, indicasse a saída num inventário para que, para além da transação comercial assente num preço, obriga à gestão de stocks pela identificação dos produtos. Há quase 40 anos, há 37, mais precisamente, que em Portugal não se faz assim. O código de barras trouxe rapidez às compras no ponto de venda e eficiência à gestão de stocks. E muito mais.
Segundo João de Castro Guimarães, Director-Executivo da GS1 Portugal, “os negócios são mais fáceis quando falamos a mesma linguagem entre fornecedores, clientes e parceiros. O código de barras que introduzimos em Portugal há quase 40 anos identifica milhões de produtos que circulam em todo o mundo – em Portugal, com o ‘indicativo’ ou prefixo 560”.
Os códigos de barras permitem a leitura rápida e precisa de dados, uma melhor gestão de stock, a redução dos custos operacionais, maior precisão nas informações e controlo em tempo real, o que permite uma diminuição de erros em toda a cadeia de valor. Além disso, proporcionam uma melhor experiência ao cliente, ao evitar erros na leitura de produtos e uma maior velocidade nas transações.
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