Quarenta e quatro por cento das mulheres entrevistadas apontam a insatisfação face à comunicação no casal como a principal causa para o divórcio, seguindo-se a ausência de amor (32 por cento), a infidelidade (26,5 por cento) e a violência física (21 por cento).
Para eles, os motivos mais referidos são a falta de amor (32 por cento), os problemas de comunicação (18 por cento) e a violência doméstica, sobretudo de ordem psicológica (4,5 por cento).
Os homens sublinham ainda um aspeto nunca indicado pelas ex-companheiras, com 9,5 por cento dos inquiridos a afirmarem que optaram pelo divórcio para legalizar outra relação já existente.
Outro aspeto mencionado exclusivamente por 17 por cento do sexo masculino é o facto de o divórcio gerar perdas económicas e financeiras.
Elas são as únicas a referir a falta de independência (15 por cento) como explicação para a rutura conjugal.
“Apesar destas assimetrias de género na tomada de decisão, a verdade é que as pessoas divorciadas veem a separação como um alívio e uma forma de escapar de uma ‘situação intolerável’”, explica Manuel Carlos Silva, coordenador do estudo.
Para além dos 56 inquéritos, o trabalho, intitulado “Divórcio e Assimetrias de Género: Processos, Negociações e Impactos”, incluiu também a recolha e análise de 400 processos de divórcio.
Segundo Manuel Carlos Silva, permitiu concluir que “a mulher é o elemento mais prejudicado e, por vezes, vítima não só durante o casamento, mas também nos próprios processos de divórcio”.
O investigador sublinha que se regista uma evolução do número de divórcios, com preponderância nos grupos de empregados, profissionais liberais e nos quadros médios e superiores.
Acrescenta que o impacto da comunicação social na mudança de mentalidades e costumes, os movimentos de emancipação feminina e o aumento exponencial de mulheres diplomadas são alguns dos fatores que explicam a evolução do número de divórcios.
Lusa
3 de setembro de 2012
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