E uma das mais assombrosas é quando “ouvimos” o que as personagens estão a dizer e ficamos a matutar no que elas, como se tivessem ganho vida própria, nos “ensinam”.
Conheci a Maria Samuela em março. Quer dizer, já andava a pensar nela desde o fim do verão passado, mas só a fiquei a conhecer bem nestes últimos meses. Preferiu que a tratasse apenas por Sam, porque detesta o seu nome completo e porque “Sam” serve também como diminutivo daquilo que se considera: uma samurai dos tempos modernos.
Mas voltando ao que vos estava a contar: há umas tardes dei com a ela a falar com o Artur, um outro personagem de “Quatro”, cujo verdadeiro mistério ainda não me revelou, apesar de eu já me encontrar a escrever a página 148…
Ora bolas! Lá estou eu de novo a perder o fio à meada. Mas enfim, o que quero partilhar é que fiquei a pensar no que, há dias, a Sam disse ao Artur:
Acho que, no fundo, tanto eu como o Artur concordamos com o que ela disse nesse momento tão espontâneo. Não podemos mudar o que os outros pensam, sentem ou fazem, mas podemos mostrar-lhes novas formas de o fazer… mesmo quando quem o faz é o mero personagem de um qualquer romance.
Ana Amorim Dias
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