A Leswork (junção das palavras lesbian e network), atualmente com 700 membros, “é uma rede fechada, aberta apenas à participação feminina, sendo que as nossas participantes são sobretudo lésbicas e bissexuais”, o que não quer dizer que a iniciativa seja fechada a heterossexuais, explicou à agência Lusa Cláudia Borralho, criadora desta rede virtual (com página no Facebook).
"Na verdade, todas as raparigas são bem-vindas, mas uma heterossexual não terá grande interesse porque aquelas pessoas que vão lá querem conhecer amigas com a mesma orientação sexual, as mesmas questões, os mesmos problemas”, realça.
O acampamento anual da Leswork (que já organizou uma iniciativa semelhante no ano passado e foi também responsável pelas duas festas Lesboa já feitas em Lisboa) vai realizar-se de quinta-feira a domingo, em Góis, com duas dezenas de participantes inscritas.
O acampamento pretende "trazer as pessoas para fora da Internet", pondo "pessoas de vários pontos do país em contacto umas com as outras", tendo como objetivo "sobretudo divertir a malta”, mas também com "uma vertente didática", incluindo "perguntas sobre o movimento LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros], sobre as associações que existem em Portugal", refere Cláudia Borralho. "Há uma preocupação em dar informação também, sem ser maçudo, sem ser cansativo", acrescenta.
Cláudia Borralho criou a rede porque considerava - e continua a considerar - que "existem poucos espaços físicos, e mesmo virtuais, dirigidos apenas a raparigas, apenas a este público específico cuja orientação sexual seja bissexual ou lésbica".
“As mulheres são discriminadas, mas é importante notar que muitas delas também se discriminam, elas aceitam essa discriminação como uma coisa normal”, sublinha, apontando: “Antes de sermos lésbicas ou bissexuais ou heterossexuais somos mulheres e antes de sermos mulheres somos seres humanos, isso é o que nos une.”
Fonte: Lusa
24 de Agosto de 2011
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