Directamente relacionada com o turismo de bisturi está uma tendência cada vez mais em voga, a visita relâmpago de cirurgiões e especialistas de estética estrangeiros a outros países, na qual dão consultas durante aproximadamente 24 horas a uma clientela à partida selecta, mas que se está a popularizar cada vez mais.

Botox, microimplantes e injecções rejuvenescedoras costumam ser os tratamentos mais procurados. Existem também casos em que esses profissionais estrangeiros são directamente convidados por um hospital para mostrar determinada técnica.

«Outra situação é a dos cirurgiões itinerantes, nomeadamente brasileiros, que vêm ao nosso país e regressam ao Brasil, deixando os pacientes ao cuidado de assistentes não-médicos ou não-especialistas», refere o cirurgião plástico Joaquim Seixas Martins.

«Os problemas são exactamente os mesmos, agravados pelo facto de, neste caso, não haver ninguém que possa, em caso de necessidade, ser responsabilizado pelo abandono dos pacientes», salienta o especialista.

«Se a esmola é grande, o pobre deve desconfiar. O que poderá levar um cirurgião de sucesso e habilidoso a sair do seu país e, esporadicamente, procurar pacientes noutros países?», questiona mesmo.

Texto: Madalena Alçada Baptista