O MODATEX, Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lanifícios, lançou o desafio ao estilista japonês Shingo Sato para ensinar a sua arte em Portugal através de workshops com base na técnica de reconstrução e transformação de moldes em busto.
Isabel Marcos, coordenadora técnica dos cursos de Design de Moda, explica a escolha: “Sempre admirei o trabalho dos mestres japoneses como Issey Miyake, Yoji Yamamoto, Comme des Garcons, Rei Kawakubo e Kansai Yamamoto entre tantos outros. Trabalham de modo completamente diferente dos criadores ocidentais, desconstroem para reconstruírem de um modo completamente inovador, quebram regras e criam outras completamente novas, o Shingo é um deles.
O estilista trabalhou como assistente técnico de Azzedine Alaia e como designer e modelista em diversas marcas de Italianas. Nos últimos anos tem-se dedicado especialmente ao ensino em escolas e universidades de Design e Moda como a Saint Martin’s School, London College of Art, o Atelier Chardon Savard, Parsons School of Design, a Universidade Politécnica de Milão ou a Bunka Fashion College, em Tóquio e agora o MODATEX em Portugal.
Para Shingo que se estreia em terras lusitanas, “a ‘Transformational Reconstruction’ ou técnica de reconstrução e transformação de moldes em busto consiste numa nova abordagem à modelação que explora a intuição, a experimentação e a criatividade com o objetivo de construir novos volumes e formas. Partindo de moldes bidimensionais e manipulando as pinças através de rotações e através de uma perspetiva individualizada é possível criar ou melhor “esculpir” algo tridimensional”.
Traduzido por miúdos, esta arte “permite equilibrar a tradição e o “savoir-faire” com o desejo de explorar novas dimensões e caminhos”. Isabel Marcos acrescenta que estes ensinamentos não poderia ter vindo em melhor hora: “Atualmente estamos a viver o início de uma nova fase na indústria de moda, com efeito para os jovens designers de moda não é possível concorrer com a “Fast Fashion” (Zara; H&M) nem tão pouco com as marcas já consagradas no mercado, é por isso fundamental desenvolverem um trabalho muito pessoal e inovador para que este possa ser reconhecido e acima de tudo desejado, neste sentido o que aprenderam abre-lhes novos horizontes criativos”.
Os primeiros workshops decorreram em Lisboa, Porto e na Covilhã, estando previstos os próximos para Outubro. E se da parte dos alunos “foi uma experiência extraordinária e muito gratificante em termos de aprendizagem”, o japonês retribui elogiando o “bom nível e um grande potencial criativo” por parte dos portugueses.
9 de abril de 2012
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