
A verdade é que relações duradouras não são fruto do acaso. Há princípios essenciais que sustentam um amor que resiste ao tempo, à rotina e aos desafios da vida. Neste artigo, revelo-lhe as 7 chaves que fazem a diferença—não apenas no Dia de São Valentim, mas em todos os dias da sua história a dois.
1.ª Chave: Ter expectativas realistas
Todos nós temos uma ideia acerca da história perfeita de amor. Sonhamos com alguém ideal, que seja exatamente como nós desejamos. Infelizmente, o mundo real quase nunca é tão perfeito quanto os nossos sonhos. E quando comparamos a outra pessoa a um ideal, é quase impossível esta não ficar em desvantagem. Antes de a relação começar, já criámos uma imagem a respeito daquilo que ela deveria ser e, se se desvia um bocadinho do que esperávamos, inevitavelmente surgirão problemas.
Além da criação de expectativas dificilmente alcançáveis, existe a tendência para nos esquecermos de as comunicar ao outro, que, por sua vez, não conseguirá corresponder-lhes se não as conhecer. O desfecho é inevitável: a ruína da relação ainda antes de começar.
As expectativas numa relação são subjetivas e tendenciosas e podem diferir de pessoa para pessoa.São ideias preconcebidas que formula acerca do outro e da relação e que, de forma direta e indireta, condicionam a forma como vê a realidade. Sendo uma expectativa uma ideia a respeito de como algo deveria ser, em vez de como realmente é, quando a pessoa é confrontada com a realidade pode surgir um sentimento de desilusão e uma sensação de insatisfação profunda.
Reconhecer a diferença entre expectativas realistas e irrealistas é fundamental para uma relação saudável. Fazer pesar expectativas impossíveis sobre um parceiro ou uma relação rouba a felicidade a longo prazo e prepara o terreno para a crítica e o desprezo.
As expectativas irrealistas incluem coisas como querer que os valores do seu parceiro se alterem, que ele seja a fonte de toda a sua felicidade ou que vá contra a sua polaridade natural, masculina ou feminina.
Não espere do outro o que ele não pode dar. A responsabilidade de ser feliz é de cada um. Por isso, nada de formular expectativas irrealistas. Não procure um companheiro usando uma lista de supermercado, pois é praticamente impossível que alguém satisfaça completamente todos os seus requisitos. Pare de tentar encontrar alguém 100% perfeito.
2.ª Chave: Lidar com os conflitos sem discutir
Já alguma vez teve a experiência de discutir com o seu companheiro e sentir que continuam a ter a mesma discussão vezes sem conta, sem chegarem a lado algum?
Quer ser feliz ou ter razão?
Não se preocupe, é mais comum do que imagina. O desafio é lidar de forma adaptativa com os conflitos no relacionamento. Mas como?
Acalme-se, depois comunique e aja. A raiva, acompanhada da impulsividade, é um dos fatores que mais deteriora um relacionamento. No entanto, pode habituar-se a ficar quieto e em silêncio enquanto passa aquela onda de fúria que traz tantas consequências negativas.
Expresse diretamente os seus pensamentos e sentimentos. Por vezes, pode decidir guardar as suas queixas relativamente ao seu parceiro para si e falar delas mais tarde. Mas, antes que se aperceba, estas podem acumular-se e ganhar peso emocional, como um tornado. É crucial, por isso, que expresse diretamente aquilo que o incomoda de uma forma firme, honesta e carinhosa.
Reconheça o efeito cumulativo dos problemas não resolvidos. Por vezes, deixamos passar comentários ofensivos ou tons rudes, porque assumimos que o nosso parceiro teve um dia mau. No entanto, ignorar continuamente estes casos pode fazer surgir uma montanha de mágoas emocionais ao longo do tempo. É essencial ter conversas abertas e honestas para evitar que estas questões corroam a confiança e a ligação emocional dentro da relação.
Não culpe o seu parceiro. As razões pelas quais se pode sentir tentado a culpar o seu parceiro pelos problemas são infinitas — seja por algo que ele disse, seja por algo que fez ou não fez. Mas nada de bom resultará disso. Tentar culpar o outro não resolve o conflito no relacionamento. Assuma as suas próprias responsabilidades.
Não grite, não maltrate. Os gritos e os maus-tratos alimentam o conflito e prejudicam a dignidade; embora no calor da discussão possamos ignorá-la, a dignidade é uma máxima que deve prevalecer. Ao gritar e ao abrir mão da sensibilidade, autoriza o outro a fazer o mesmo. A longo prazo, isso apenas promove a distância e o ressentimento.
Limite-se a um assunto de cada vez. Por vezes, uma discussão que começa num tópico não se mantém no mesmo tema. Antes que se dê conta, uma conversa acalorada pode desviar-se em diferentes direções. Mantenha-se fiel a uma discussão de cada vez. Se se afastar de uma ideia simples, o debate perder-se-á num nevoeiro de questões relacionadas e a sua capacidade de resolver um problema perder-se-á na confusão que é tentar resolver muitos, fazendo com que a discussão não chegue a lado nenhum.
Parta do princípio de que o seu parceiro tem boas intenções. Dá por si a tirar conclusões negativas sobre o seu parceiro em situações possivelmente conflituosas e a reagir em conformidade? Não o faça clarifique o que pensa, usando a melhor forma, a pergunta.
Conheça o poder das conversas orientadas para a solução. É vital que se concentre nas soluções, que se comprometa e que as procure ativamente. Enquadrar as conversas de uma forma afetuosa e não manipuladora influenciará os resultados positivamente.
Mantenha uma atitude calma e respeitosa durante as conversas acaloradas. Não ultrapasse os limites, começando a insultar o seu parceiro. Mantenha a discussão focada na questão em causa e não traga para o assunto piadas e insultos pessoais.
Cheguem à raiz do problema. Quando discute com o seu parceiro, as necessidades de alguém não estão a ser satisfeitas. Pare um momento para avaliar se existe um problema maior. Considere o ponto de vista do seu parceiro e ponha-se no lugar dele. Seja compreensivo com o seu parceiro, em vez de tentar apenas fazer valer o seu ponto de vista.
Encontrem um meio-termo. É muito importante encontrar um equilíbrio entre o que ambos querem e aquilo com que se sentem confortáveis. Se ambos procuram fazer a relação funcionar, chegarão a um acordo sem sentirem que estão a fazer grandes sacrifícios pelo vosso relacionamento!
Tenha em mente que, nas discussões, o objetivo é resolver o que as originou e não ganhá-las.
3.ª Chave: Tomar decisões conjuntas com o seu parceiro
Veja a tomada de decisões como um triângulo. A maioria dos casais vê a tomada de decisões com o seu parceiro como uma linha reta. Um está numa extremidade e o seu parceiro na outra, e tentam encontrar-se algures no meio se tiverem pontos de vista ou ideias diferentes. Está na altura de reformular esta visão da tomada de decisão conjunta, entendendo-a não como uma negociação ou um compromisso, mas sim como uma ideia totalmente nova de colaboração. É necessário pensar nas decisões conjuntas como um triângulo. Imagine que cada parceiro está num dos vértices da base do triângulo e que a solução conjunta é, na verdade, o terceiro vértice, no topo. Começam por não saber que solução é essa e terão de discutir opções e ideias para lá chegar, trabalhando em conjunto para descobrir a resposta. Para tal urge comunicar, questionar, conversar…
Tenha um grau elevado de disponibilidade para obter consensos, conseguindo soluções que satisfazem ambas as partes.
4.ª Chave: A importância do perdão
O perdão desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de relações saudáveis e no aumento da satisfação conjugal. Atua como um bálsamo curativo, aliviando as mágoas do passado e abrindo caminho para um sentido renovado de parceria.
O perdão é crucial para a resolução de conflitos e para a manutenção da qualidade da relação. Envolve compreensão e empatia, permitindo que os casais ultrapassem as mágoas e reforcem os seus laços.
Perdoar não é guardar as emoções, mas comunicá-las ao outro. Perdoa-se não só para salvar a relação que se está a afogar, mas também para alcançar a paz de espírito. O perdão cura o coração e ajuda-o a seguir em frente com alegria.
Não existe felicidade onde não há perdão.
5.ª Chave: Comunicar de forma empática
Comunicar com empatia ajuda-o a ouvir a pessoa, sem a julgar. Ajudá-lo-á a construir a sua relação com ela, porque a pessoa sentirá que pode abrir-se consigo e confiar em si. Permitir-lhe-á responder-lhe de uma forma significativa e direcionada, que não se destina a dar-lhe conselhos ou soluções, mas sim a ouvi-la e a validar a sua experiência.
A capacidade de se colocar no lugar do outro reduz os conflitos e torna o ambiente mais harmonioso e saudável. É a comunicação que liga as pessoas, não se esqueça disso.
6.ª Chave: Foco nas características positivas do parceiro
Cultive a gratidão pelo seu parceiro. A gratidão é uma das emoções mais poderosas para nutrir o amor. É importante estar atento às qualidades do seu parceiro, mesmo que esteja convencido, graças a um pensamento negativo, de que ele tem poucas. Estar ciente dos pontos fortes do seu parceiro ajuda-o a manter-se consciente do valor da sua relação e do valor do seu companheiro, para desenvolver alternativas saudáveis aos pensamentos negativos e tóxicos.
Tenha em mente que depois da fase da paixão, é comum cometer o erro de se focar naquilo que o parceiro precisa de mudar. Em vez disso, foque-se naquilo em que ele é verdadeiramente bom, especial.
7.ª Chave: Autovalorização nos relacionamentos
Amar-se devia ser tão natural quanto respirar ou comer? Parece-me claro que sim, no entanto, na sociedade em que vivemos, tendemos a ser demasiado autocríticos, estabelecendo demasiadas exigências, comprometendo este amor que deveria ser para a vida toda.
É a única companhia que tem como certa na estrada da vida. Pode tolerar-se, pode ser exigente consigo próprio ou até mesmo criticar-se, semeando dúvidas a respeito dos seus sonhos ou sabotando os seus esforços para crescer. Por outro lado, pode ser amável, empático e gentil, aceitando-se e amando-se a si próprio. E é isso que deve fazer diariamente.
Tenha em mente que as relações que estabelece com os outros começam, na verdade, na relação mais importante de todas: a que estabelece consigo e que começa, precisamente, no amor-próprio.
Não seja dependente e carente do outro. O outro completa a sua felicidade, não o faz feliz. Depender do outro para ser feliz faz com que se sinta incompleto e perdido sem a sua presença, e isso não é amor.
Em suma, a verdade é que um amor feliz e duradouro não acontece por acaso. Não basta sentir, desejar ou prometer. É preciso cuidar, construir e compreender o que realmente fortalece uma relação.
E é aqui que muitos casais se enganam. Porque amar não é apenas estar presente. Não é evitar discussões ou insistir em gestos grandiosos. O verdadeiro segredo do amor está em pequenas atitudes diárias que, somadas, fazem toda a diferença.
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