Todos os anos, entram cerca de 700 mil mulheres na menopausa em Portugal. Contudo, apenas 3,6 por cento fazem terapêutica hormonal (TH).

As mulheres não têm a informação mais correcta e os profissionais de saúde não perdem o tempo necessário com as doentes para lhes explicar as vantagens TH.

Estas são algumas da conclusões que Mário Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Menopausa (SPM), referiu aquando da apresentação de um estudo sobre o Não Tratamento da Menopausa em Portugal.

O estudo tinha como objectivos aprofundar os aspectos mais e algumas especificidades que caracterizam as mulheres portuguesas em situação de menopausa, para além de analisar o padrão de comportamento das mulheres no que respeita à procura de assistência médica.

“A informação que as mulheres têm é errada, desde a divulgação dos resultados do estudo WHI, por isso cabe aos profissionais de saúde desmontar as informações erradas, dando-lhe a informação correcta”, refere Mário Sousa sublinhando que só depois deve prescrever a terapêutica adequada.

Por outro lado, explica o presidente, “é preciso que as mulheres entendam que a TH não é um tratamento com analgésicos que assim que melhoram o abandonam. Trata-se de uma terapêutica a longo prazo, e não deve ser abandonada até indicação do médico”.

Existe actualmente um vasto leque de opções, quer em doses, em composição e em vias de administração, por isso, diz Mário Sousa, “é possível cada vez mais personalizar a TH”.

Até porque são muitas as mulheres em menopausa, cerca de 700 mil por ano, sendo que apenas 3,6 por cento fazem terapêutica hormonal. “Valores desanimadores e que não são exclusivos de Portugal. É uma realidade mundial e, por isso, tem de se contrariar em conjunto”, conta.

A SPM estabeleceu uma parceria com a Sociedade Norte Americana de Menopausa no sentido de traduzir folhetos informativos para distribuir aos médicos porque, “como vimos neste workshop, mesmo entre os profissionais de saúde existe desinformação”, lamenta Mário Sousa.

O responsável acrescenta que “também existe a necessidade de implementar campanhas de informação entre a população, com os media e com a industria farmacêutica. Todos temos a ganhar com isto”.

24 de Novembro de 2008