Seja por respeito e compaixão pelos animais, pelo bem-estar humano e do planeta ou pela vontade de adotar um estilo de vida mais saudável, talvez tenha chegado a hora de dar um passo em direção ao vegetarianismo.

O blog da Associação Vegetariana Portuguesa partilhou algumas dicas que farão com que esta grande mudança se dê de maneira consciente e tranquila.

1. Seja paciente e benevolente

Muitas vezes quando se toma a decisão de gerar uma mudança importante nas nossas vidas, existe a tendência a ser demasiado rígido e exigente, desejando alcançar rapidamente o objetivo ao qual foi proposto. Se decidir adotar um estilo de vida vegetariano, verá que provavelmente encontrará alguns desafios nesta caminhada. Manter uma atitude mental positiva e flexível ao longo deste processo de transformação, ajudará a que continue motivado/a para seguir em frente apesar das dificuldades que possam ir surgindo. Em vez do sentimento de culpa por não ter resistido a comer algo de origem animal em determinado contexto, felicite-se de todas as vezes que conseguir algo de novo.

2. Faça a transição de maneira gradual

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Acabou de ver um documentário que mexeu bastante consigo e está seguro de querer abandonar o consumo de animais e de produtos de origem animal? Porém, não se esqueça de que o organismo e a mente cresceram habituados a consumir estes produtos e de que é importante que a transição não seja demasiado radical para que eles tenham tempo de se adaptar.

Pode começar por reduzir o consumo de carne e de peixe até que se sinta confortável para eliminá-los. Uma vez esta etapa ultrapassada, poderá gradualmente ir deixando outros produtos de origem animal como o leite, o queijo ou os ovos. Para alguns este processo pode levar apenas umas semanas, para outros demora anos.

3. Assegura-se de que continua a consumir todos os nutrientes necessários

Ao darmos os primeiros passos como vegetariano/a, um dos maiores cuidados é garantir a continuidade de uma alimentação rica e variada, com a oferta todos os nutrientes indispensáveis ao bom funcionamento de corpo e mente.

Ao deixar de consumir animais e outros produtos derivados de animais, é prudente e sábio que se pense em substituí-los por alimentos de origem vegetal também ricos em proteínas, ómegas, ferro, vitaminas e todos esses nutrientes tão imprescindíveis à nossa saúde que eram fornecidos em parte através do consumo de carne e peixe.

4. Explore e divirta-se com todo um novo universo de sabores

Numa fase mais inicial enquanto vegetariano/a é normal deixar-se seduzir pelas ofertas vegetarianas de fast-food e de comida pré-cozinhada, pelas massas e pizzas ou pelo consumo excessivo de alimentos à base de soja, por exemplo. Não tem mal nenhum em experimentar estes alimentos de vez em quando, mas não são recomendáveis como base para uma dieta vegetariana saudável.

Na verdade, um dos aspectos mais surpreendentes de passar de uma dieta omnívora para uma dieta vegetariana é descobrir todo um novo leque de alimentos que até então não havia o hábito de incluir na alimentação diária.

Frutas e vegetais, mas também grãos, leguminosas, sementes, nozes e flores, são algumas famílias alimentícias que oferecem uma escolha abundante de alimentos e que dá para combinar e confecionar de maneira verdadeiramente criativa e divertida.

5. Inspire-se com livros, filmes e documentários sobre o tema

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Documentários como “Cowspiracy”, “Earthlings” ou “Food, Inc” são alguns dos clássicos irrefutáveis que deixam bem clara a urgência da diminuição do consumo de carne no mundo se queremos viver num planeta mais justo, benevolente e sustentável. Contudo, tenha sempre em atenção que devemos ter uma motivação pessoal e lembrar que alguns destes produtos audiovisuais servem também de entretenimento. Procurar artigos, livros e sites com estudos científicos credíveis ajudam a suportar as nossas decisões.

6. Não espere que toda a gente à volta apoie esta decisão

Existem maneiras construtivas de informar ou debater o assunto, como por exemplo sugerindo livros ou filmes para que as pessoas aprendam mais sobre o tema. Avalie a disposição da pessoa a quem se está a partilhar a experiência, caso ela demonstre interesse em saber mais, aprofunde o tema. Começar uma conversa a criticar a decisão de outras escolhas nunca acabará bem.

7. Junte-se a pessoas que tenham a mesma visão

Pode acontecer que seja o único membro vegetariano da família ou do grupo de amigos e que até se sinta um pouco só nesta jornada em prol de uma alimentação mais compassiva para com os animais, as pessoas e o planeta.

Existem comunidades vegetarianas online (como por exemplo certos grupos no facebook que são bastante ativos) para esclarecer dúvidas ou obter mais informações. Porém, nestas comunidades também há muito criticismo, mesmo dentro da comunidade vegetariana.

8. Tente consumir produtos locais, sazonais e biológicos sempre que possível

Quando se dá os primeiros passos como vegetariana/o, é bastante fácil deixar-se tentar por produtos exóticos e diferentes ou que não incluímos com tanta frequência na dieta. Não tem nada de mal nisso, desde que esses produtos sejam provenientes do comércio justo e consumidos de maneira esporádica e consciente. É importante ter em conta que para que eles estejam nas mercearias e supermercados, fizeram uma grande viagem e gastaram muitos recursos.

Sempre que seja possível, é preferível comprar alimentos da época produzidos localmente e de maneira biológica, ou caso haja acesso a uma horta ou a um jardim, pode sempre começar a produzir alguma da própria comida.

9. Procure receitas ou inscreva-se num curso de cozinha vegetariana

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Existem hoje em dia inúmeros canais no youtube e contas no instagram dedicados à alimentação vegetariana, que podem dar muitas ideias na hora de transformar uma dieta omnívora numa dieta à base de plantas.

Nada melhor do que um curso ou workshop presencial de cozinha vegetariana para experimentar com as próprias mãos e paladar diferentes alimentos, sentindo as cores, os cheiros, as texturas.

10. Lembre-se sempre do porquê de ter tomado a decisão

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Numa sociedade em que a alimentação baseada no consumo de animais e alimentos de origem animal é ainda preponderante, torna-se por vezes um desafio resistir às incitações para o consumo de carne, peixe e outros alimentos de origem animal. Por vezes essas incitações são da parte de familiares ou amigos e outras vezes partem até de si ao passar por aquele restaurante que servia aquele prato de que tanto gostava.

De maneira a não deixar que seja desviado/a deste estilo de vida, é importante lembrar os motivos que a/o levaram até aqui.

*artigo criado em parceria com a Associação Vegetariana Portuguesa