“O desafio é imenso porque implica afastar-se, numa década, de uma civilização baseada em combustíveis fósseis durante vários séculos”, disse a ministra da Transição Ecológica, Barbara Pompili, numa reação ao relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

No sexto relatório do IPCC, divulgado hoje, os cientistas preveem que a temperatura global subirá 2,7 graus Celsius em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa.

Os cientistas alertaram também que os efeitos do aquecimento global vão perdurar “séculos ou milénios” e resultam inequivocamente de responsabilidade humana.

Perante a ameaça do aquecimento global, “a linha é clara: aplicar o Acordo de Paris na íntegra e em todo o lado. Tanto para reduzir as emissões globais de gases com efeito de estufa como para se adaptar a eventos climáticos cada vez mais extremos”, disse Barbara Pompili numa declaração, citada pela agência France-Presse.

A ministra francesa reconheceu o trabalho dos peritos da ONU como “uma pedra angular científica” sobre a qual se devem basear as políticas climáticas dos governos.

Numa outra reação ao relatório do IPCC, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, apelou para que todos os Estados que ainda não o fizeram aumentem os seus compromissos climáticos.

Este relatório “lembra-nos, mais uma vez com razão, da real urgência de tomar todas as medidas necessárias à plena implementação do acordo de Paris, que é a bússola para todos nós, Estados, autoridades locais, sociedade civil, empresas e ONG, para limitar o aquecimento global e as suas consequências”, acrescentou.