“Os avanços científicos e tecnológicos do pós-segunda guerra mundial trouxeram consigo uma era de prosperidade, mas também uma proliferação generalizada de químicos sintéticos no ambiente, sendo estes particularmente presentes em centros urbanos, no exterior, mas, sobretudo, no interior das habitações”, lemos na nota informativa disponibilizada pela Universidade de Évora, a propósito do workshop internacional, a decorrer a 30 de setembro (das 9h00 às 18h00) no Palácio de D. Manuel I, naquela cidade alentejana.

“A presença constante de químicos leva a uma exposição continuada dos seres humanos. De entre estes, as crianças são, devido à necessidade de condições ótimas para o seu desenvolvimento (que intrauterino, quer pós-parto), particularmente suscetíveis aos desequilíbrios causados por estes agentes”, desenvolve a já referida nota, que acrescenta “ser importante identificar a presença destes químicos, quantificá-la e procurar medidas de redução da exposição e mitigação para os seus efeitos”.

Mote dado para a realização do workshop "Impacts of Early Life Exposure to Environmental Contaminants: Children´s Health in the Anthropocene", iniciativa conjunta da Universidade de Évora e Comprehensive Health Research Center (CHRC). Um dia de partilha de informação orientada para especialistas e público em geral, tal como profissionais de saúde, “uma vez que estes se encontram numa posição privilegiada para aconselhar os utentes dos serviços de saúde em como evitar a exposição”, sublinha a organização do workshop.

O encontro leva à Universidade de Évora “alguns dos maiores especialistas mundiais nesta área, onde se incluem o Diretor científico de um dos maiores e mais robustos estudos mundiais, que efetua o seguimento de 100.000 grávidas e os seus filhos (Shoji Nakayama, do Japão), Leo Trasande, Professor de Pediatria Ambiental na Universidade de Nova Iorque, autor de um livro orientado para o público em geral sobre esta temática e figura assídua na televisão norte-americana. Também presente vai estar uma das responsáveis científicas do Programa Europeu de Biomonitorização (HBM4EU, Greet Schoeters), e ainda o Adrian Covaci,  cientista a trabalhar em monitorização de contaminantes ambientais”.

“Acreditamos que esta é uma excelente demonstração de como Portugal se encontra na linha da frente desta temática, na qual mais conhecimento se traduz em melhor prevenção da saúde infantil. Os trabalhos mais relevantes apresentados neste encontro serão publicados num número especial da revista International Journal of Environmental Research and Public Health”.