Portugal, Espanha, França e Itália não estão a proteger eficientemente os seus ecossistemas marinhos. Num relatório internacional sobre biodiversidade marinha, divulgado nas últimas horas, o Tribunal de Contas Europeu aponta o dedo a estes quatro países. "Falta uma rede de zonas marinhas protegidas, eficaz, bem estruturada e bem interligada", condena o documento emitido por este organismo europeu. As políticas de proteção das espécies marinhas também são criticadas.
As políticas de promoção ambiental que (não) têm vindo a ser seguidas em Portugal, Espanha, França e Itália não são, todavia, as únicas alvo de reparos. "Apesar do grau de incertezas que persiste, a mensagem [da Agência Europeia do Ambiente] não poderia ser mais clara. A União Europeia não conseguiu travar a perda de biodiversidade marinha", refere o Tribunal de Contas Europeu. Além da pesca excessiva nas águas mediterrânicas, um problema que continua em cima da mesa, os especialistas alertam para a degradação de habitats de raias, de tubarões e de espécies de aves atlânticas e para a falta de estratégias de proteção dos ecossistemas bentónicos, organismos que vivem no fundo de mares, rios e lagos.
De acordo com o relatório internacional de 78 páginas, os mares europeus, que são responsáveis por 6,1 milhões de empregos diretos, geraram, em 2015, receitas na ordem dos 500.000 milhões de euros. Havendo normas protetoras mais restritas, esse valor seria inferior. "A proteção do ambiente marinho pela União Europeia é superficial", critica o organismo europeu. "Os fundos europeus raramente apoiam a conservação das espécies e dos habitats marinhos", condenam também os autores do documento.
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