Merkel fez essas declarações no Conselho de Desenvolvimento Sustentável, no qual a líder reconheceu que a “verdade premente” é que “se pensa muito pouco no amanhã” e que se tem privilegiado o bem-estar das gerações atuais “às custas da próxima”.

Por isso, pediu que seja visto como um “contrato intergeracional” a Lei de Proteção ao Clima que o seu Governo reformou no mês passado para acomodar uma decisão do Tribunal Constitucional, que obrigou a uma redução das emissões de dióxido de carbono.

Assim, a Alemanha deve reduzir as suas emissões em 65% até 2030 em relação a 1990 (anteriormente era de 55%) e atingir a neutralidade climática em 2045.

Nesse sentido, Merkel pediu para que se aproveite a recuperação da crise da pandemia de covid-19 para fazer uma “verdadeira transformação” da economia com vista a um futuro mais sustentável.

A chanceler defendeu que é preciso apostar “com a mesma força” em medidas a longo prazo para avançar em direção à neutralidade climática e em decisões de emergência a curto prazo para combater a crise pandémica.

No que se refere ao financiamento desta transformação ambiental, destacou que a inovação sustentável deve ser apoiada, permitindo sempre que as gerações futuras tenham “margem de manobra” orçamental.

O enviado especial dos Estados Unidos para as Alterações Climáticas, John Kerry, exortou, numa mensagem de vídeo, todos os países a rever em alta os seus respetivos planos de redução das emissões poluentes para cumprir os compromissos do Acordo de Paris.

“Se quisermos evitar os efeitos mais catastróficos das alterações climáticas, devemos todos elevar as nossas ambições”, disse Kerry.

Além disso, destacou que o seu país e a União Europeia (UE) poderiam cooperar no desenvolvimento da exploração energética do hidrogénio verde, uma “prioridade fundamental para a Administração dos Estados Unidos”.