Começou a dar aulas a secretárias, mas há três anos abriu a Clínica iCare e não pode estar mais realizada com a sua nova actividade.

Tem 39 anos e uma energia contagiante. Casada, com duas filhas, Paula Henriques dá conferências a secretárias em todo o país, mas nos últimos anos encontrou uma nova paixão: a Clínica iCare onde ajuda as mulheres a serem mais felizes. E como não gosta de fazer nada sem saber, foi tirar uma pós-gradução em nutrição à Universidade Lusófona para adaptar a sua linguagem.

Tem uma pós-graduação em Ciências Documentais, mas há três anos dedicou-se à saúde e bem-estar. Como foi o seu percurso profissional?

A minha licenciatura é em Assessoria de Administração e só depois é que fiz uma pós graduação em Ciências Documentais.

Aparentemente não tem a ver uma coisa com a outra.

É que eu sempre dei formação a secretárias isto porque comecei a minha vida como secretária de administração de uma farmacêutica, e, ao longo de 15 anos, passei pela administração de várias empresas, como a Novabase e a Cimpor.

Foi nessa altura que começou a ministrar cursos a secretárias?

Foi muito antes. Como sempre gostei muito de desafios, uma antiga colega de curso telefonou-me a perguntar se eu conhecia alguém que desse esses cursos e eu ofereci-me.

E como é que chega às Ciências Documentais?

Comecei a dar formação na área administrativa e do atendimento, normalmente as áreas em que as secretárias trabalham, e conheci muita gente, até que um dia, na primeira conferência para secretárias de administração que houve em Portugal, estava uma antiga professora minha que achou o meu trabalho muito interessante e convidou-me para dar uma conferência para secretárias sobre as possibilidades das novas tecnologias.

Foi assim que começou a dar aulas no ISLA?

No ano seguinte comecei a dar aulas no ISLA e foi uma experiência muito interessante. Na sequência disso, fiz uma pós-graduação em Ciências Documentais para estar habilitada a dar formação na área dos arquivos. A partir daí comecei a fazer cada vez mais formação e ainda hoje dou imensas conferências em todo o País.

Entretanto muda de actividade e cria a sua própria empresa na área da saúde?

O meu marido, que sempre foi muito empreendedor, foi desafiado por dois amigos para ser sócio de uma clínica de estética e cirurgia plástica. Para esse projecto era necessário encontrar uma directora e o meu marido achou que isto era a minha cara porque eu sempre me preocupei com a imagem.

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E assim abre a Clínica iCare, nas Galerias Twin Towers, há cerca de três anos e meio?

Este local é fantástico porque é uma zona de passagem e tem uma enorme visibilidade. Como não éramos uma marca conhecida, achámos que não nos podíamos ir instalar num andar de um prédio. Precisávamos de umas instalações onde nos vissem da rua.

Adaptou-se bem à nova actividade profissional?

Tem sido um desafio muito interessante porque se aprende muito do ponto de vista humano e de como ajudar as pessoas em altura de crise. Algumas mulheres precisam de melhorar a sua auto-estima e isso não passa só por fazer dieta ou tratar a celulite. Precisam de alguém com quem possam partilhar os seus problemas e as ajude a encontrar um equilíbrio emocional que as incentive na recuperação física. Para isso tem de se ter uma sensibilidade especial.

Apesar de nunca lhe ter passado pela cabeça ter uma clínica?

É verdade. Mas agora, duvido que trocasse este desafio por qualquer outro.

Tem sido um desafio superado?

É uma enorme dor de cabeça, mas é muito gratificante. O grande desafio reside na complementaridade dos tratamentos, ou seja, na forma como devem ser encadeados para maximizar os resultados. E isto requer uma actualização permanente. E a forma de lidar com as pessoas também é um processo de constante aprendizagem: hoje já consigo perceber quando uma cliente é compulsiva com a alimentação, ou quando me está a esconder alguma medicação.

O melhor desta experiência é o contacto com as pessoas?

Sem dúvida. A maioria das pessoas que vem à clínica quer bons resultados, e isso consegue-se sempre com o empenho de toda a equipa, mas o que elas mais elogiam é a parte humana, e as pessoas aqui fazem a diferença. É muito bom saber que estamos a ajudar as pessoas a ficar mais bonitas mas o melhor é deixá-las mais felizes.

A crise está a afectar a sua clínica?

Felizmente, não. Acho que as pessoas começam a saber fazer uma distinção clara entre as clínicas médicas que têm qualidade e os centros de estética que vendem qualquer coisa a um preço baixo. A nossa aposta é na qualidade e na saúde das pessoas!

É fácil trabalhar com uma equipa médica?

Sim, porque é uma equipa excepcional! Tenho um cirurgião plástico, o Dr. Tiago Baptista Fernandes, que é também o director clínico, a Dra. Sílvia Saraiva, endocrinologista e que tem sempre as consultas esgotadas de tal forma é solicitada pelas nossas clientes, a Dra. Sofia Cerdeira que permite aliar de forma muito eficaz a Medicina Chinesa com a medicina convencional e ainda outros médicos que, além de serem excelentes profissionais com uma vasta experiência nas respectivas áreas, são pessoas que, tal como eu, valorizam muito a relação inter-pessoal com o paciente. E isso faz toda a diferença!

Entretanto está a ser convidada para novos desafios?

Sim. A minha experiência enquanto conferencista e formadora está a ser canalizada para a área da medicina estética. Aliás, já abriu uma especialização para esteticistas na Universidade Lusófona e fui convidada para ir dar aulas sobre o que existe no mundo da estética.

É casada há quantos anos?

Há 12 e tenho duas filhas com seis e oito anos. Tenho muito pouco tempo para elas mas tento compensá-las ao fim de semana.

Qual é o seu sonho?

Gostava de levar o projecto iCare a outras cidades de Portugal e da Europa. Porque é muito gratificante ajudar as pessoas a serem mais felizes e isso também me ajuda a ser feliz.

Texto: Palmira Correia