As políticas de austeridade seguidas nos últimos anos puseram os portugueses a fazer contas à vida e aos presentes, fazendo com que o consumismo desenfreado de outras décadas seja, agora, mais contido. Mas isso não é nem nunca foi desculpa para deixar de festejar a época natalícia, até porque, mesmo com um orçamento reduzido, há formas de mimar quem mais gostamos e a ceia não tem de ser menos farta. Siga os conselhos dos nossos entrevistados e viva em pleno o espírito natalício:

- Aposte nos presentes feitos à mão

A primeira ação é delimitar o seu orçamento e a segunda é segui-lo à risca, sem concessões nem contemplações. Se o fizer, não terá surpresas desagradáveis no final das festas. Ana Galán, autora do livro «Como Poupar Sem Perder a Cabeça» (Evereste Editora), sugere-lhe que faça os presentes, em vez de os comprar. Ponha mãos à obra e «faça um desenho, escreva um poema ou borde uma toalha», exemplifica. Pedro Maia Gomes, economista e professor na Universidade Carlos III de Madrid, partilha da mesma opinião.

«Desde pintar cerâmica, fazer sabonetes, cachecois ou bordados, découpage, molduras ou até peças mais exóticas, é muito fácil encontrar sites na internet que ensinam a fazer tudo isto e muito mais. As pessoas vão ficar surpreendidas com a quantidade de coisas extraordinárias que são muito fáceis de fazer». Joana Roque, no livro «Feito em Casa», sugere que aproveite os seus dotes culinários e presenteie os seus familiares e amigos com compotas, marmeladas e biscoitos caseiros.

- Poupe nas compras

De acordo com o economista, estes presentes personalizados têm várias vantagens. «Por um lado, ocupamos o tempo, aprendemos algo novo e divertimo-nos, por outro, gastamos menos e acabamos por tornar as prendas mais valiosas». No entanto, se não tem tempo ou prefere ir às compras e não quer gastar muito, institua na sua família a troca de prendas, como talvez já faça com os colegas de trabalho e os amigos. Só tem de fazer papelinhos com o nome de todas as pessoas da família, tirar à sorte e, depois, chegar a um consenso relativamente ao montante a gastar.

No livro «Tempos Complicados Soluções Simples Aprenda a Gerir Melhor o Seu Dinheiro» (Oficina do Livro), Bárbara Barroso, jornalista de economia, dá outra sugestão. Junte «o seu dinheiro ao de outros familiares para comprar um presente conjunto». Esta ideia permite que se ofereçam prendas de maior valor, mas que cada pessoa gaste menos. Pedro Maia Gomes aconselha ainda a guardar as compras de Natal para os dias 26 ou 27 de dezembro, vai encontrar as coisas «a metade do preço e sem a confusão da véspera de Natal».

- Recicle laços e embrulhos

Quanto aos embrulhos, não gaste dinheiro em papel, a palavra de ordem é reciclar materiais que tenha em casa. Pode aproveitar papel de embrulho e laços já usados ou ser mais criativa. Pegue, por exemplo, em jornais e revistas antigos e faça embrulhos originais e personalizados. Joana Roque, no livro citado, dá diversas ideias para criar embalagens para presentes com objetos que usa no dia a dia.

«Frascos vazios de vidro, latas de leite condensado ou de tomate pelado e garrafinhas de água gaseificada dão ótimas embalagens para doces, compotas, biscoitinhos, licores e azeites aromatizados», sugere. A autora ensina ainda a transformar as cuvetes e os rolos de cozinha em caixas muito originais. Só precisa de dar largas à imaginação na decoração.

Veja na página seguinte: Como poupar nas compras de Natal

- Racionalize as compras para a ceia de natal

Na noite e no dia de Natal, reunir a família à volta da mesa é tradição e não deixe que a crise a impeça de o fazer este ano. Dividir os gastos é a palavra de ordem. Fale com a sua família e façam uma lista do que cada um deve levar para a festa, assim ninguém ficará sobrecarregado. No livro «Cozinhar sem Gastar», Anabela Almeida desmitifica «a ideia de que comer bem é comer muito e gastar muito» e ensina a preparar pratos que chegam a custar menos de um euro por pessoa.

«Normalmente, os preços introduzidos são de produtos de marca branca que, para além de serem mais económicos, têm quase sempre a mesma qualidade», afirma. E depois da festa não deite fora as sobras, estas servem para «fazer uma nova receita», como sublinha a autora. No seu livro, pode encontrar várias sugestões. Por exemplo, se lhe sobrou bacalhau, ovo e legumes da consoada, no dia seguinte, faça roupa velha, uma forma diferente de comer os mesmos ingredientes com outra apresentação e outro sabor.

Texto: Rita Caetano com Anabela Almeida (publicitária), Ana Galán (escritora) e Pedro Maia Lopes (economista)

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