A pandemia COVID-19 veio mexer na economia portuguesa, que se refletiu em grandes quebras nos rendimentos de muitas famílias e empresas. Para atenuar esta situação e ajudar os portugueses, o Governo avançou com as moratórias públicas e, mais tarde, as instituições de crédito avançaram com outros protocolos, disponibilizando moratórias privadas.
Embora algumas das moratórias privadas já tenham terminado, as públicas sofreram várias revisões e alterações, e o seu prazo foi prolongando.
Contudo, e uma vez que esta é uma solução temporária, que, no final do contrato, vai sempre ter de compensar os meses em que o pagamento esteve suspenso, é necessário procurar outras possibilidades para conseguir fazer face às despesas e evitar entrar numa possível situação de endividamento. É aqui que entra a consolidação dos créditos, como ajuda e solução ao fim das moratórias.
E como é que o crédito consolidado pode ajudar?
A consolidação de créditos é uma solução financeira que permite juntar vários créditos num só, com melhores condições e numa única prestação mensal mais baixa. Este produto destina-se a quem tem, pelo menos, dois empréstimos em mãos - além do crédito habitação - e quer reduzir o seu encargo mensal com as prestações. Embora também seja possível juntar o crédito habitação e conseguir uma poupança significativa.
Comparativamente à moratória, o crédito consolidado não permite um alívio imediato tão grande, uma vez que nunca deixa de pagar as suas prestações. No entanto, permite que vá reduzindo as suas dívidas, com prestações e um custo de financiamento menores, quando comparado com as condições atuais dos vários financiamentos que estão a decorrer.
Outras soluções para fazer face ao fim das moratórias
As soluções para fazer face às moratórias não terminam na consolidação de créditos. Existem outros produtos e alternativas que pode recorrer para conseguir reduzir os seus encargos e estar preparado quando tiver que retomar com o pagamento das suas prestações.
O importante é que se antecipe e que procure saber junto do seu banco, ou através da ajuda de intermediários financeiros, se consegue ter acesso a alguma das seguintes soluções e como funcionam:
- Carência de capital: produto financeiro similar às moratórias, mas que, neste caso, é uma solução feita à sua medida. Ou seja, tem a possibilidade de suspender a prestação durante alguns meses, pagando apenas os juros associados;
- Diferimento de capital: implica que deixa para a última prestação uma parcela significativa do seu crédito, mas alivia o encargo atual;
- Transferência dos créditos: uma vez que o dinheiro está mais barato, pode conseguir melhores condições face àquelas que tem neste momento junto de outras entidades. Por exemplo, se tiver um crédito habitação, pode avaliar se existem bancos que estejam a oferecer melhores condições, o que vai resultar numa prestação mais baixa. A transferência do crédito habitação é uma solução eficaz no que toca a conseguir uma poupança significativa, podendo ainda rever todos os seus produtos associados, como é o caso dos seguros.
Todas as soluções apresentadas são apenas possibilidades que pode ter em conta. Salvo a transferência dos créditos, as restantes opções terá que verificar sempre junto do seu banco. No entanto, reforçamos que as intituições bancárias estão do seu lado, uma vez que não pretendem que os seus clientes entrem em incumprimento.
Atenção às datas do fim das moratórias
Para conseguir antecipar-se, evitar surpresas e conseguir planear de uma forma mais eficaz, é importante que esteja a par das datas do fim das moratórias.
Claro que os prazos variam, uma vez que vai depender de quando fez a adesão e se aderiu à moratória pública ou privada.
Se no seu caso solicitou a moratória pública até 30 de setembro de 2020 vai poder beneficiar deste apoio até 30 de setembro de 2021. Mas se, por exemplo, aderiu à moratória pública apenas este ano (até 31 de março de 2021), a moratória tem a duração máxima de nove meses, ou seja, no máximo poderá beneficiar até 31 de dezembro de 2021.
No entanto, se aderiu à moratória privada, o prazo para o crédito habitação terminou a 31 de março de 2021, pelo que este mês já vai pagar a sua prestação normal. Já as moratórias para os créditos pessoais, com validade de 12 meses, têm a data limite de 30 de junho de 2021.
No caso de ter um empréstimo para a casa, e para o ajudar nesta planificação, veja ainda quanto vai ficar a pagar no fim da moratória do crédito habitação.
Comentários