Há uns meses que falam sobre finanças no seu grupo de amigos, talvez porque querem começar a poupar para comprar uma casa, um carro novo ou porque querem fazer uma daquelas viagens de sonho.

O dinheiro começa cada vez mais a ser tema de conversa e veio para ficar. À primeira vista, talvez não pareça muito importante, mas através dessa conversa, já está a começar a preocupar-se com o seu futuro. E isso é muito importante.

Alguma vez pensou no que acontece às suas poupanças quando as deixa debaixo do colchão ou paradas numa conta poupança? Perdem valor. Mas isso não é o mais grave, o pior é que perdem valor ao ritmo da inflação (o valor que o nosso dinheiro perde ou ganha). Isto significa que, se deixar as suas poupanças na sua conta sem fazer mais nada, vai perdendo poder de compra ao ritmo do IPC (Índice de preços no consumidor).

Para ter uma ideia, o Banco Central Europeu tem como objetivo manter a inflação em cerca de 2,5%-3% a médio prazo, um valor superior ao da última década. Por isso, não é tão descabido pensar que dentro de 10 anos, 10.000 € poderiam ter uma capacidade de compra equivalente a menos de 8000 € atuais (7763,30 €).

Agora que já conhece os riscos, vamos concentrar-nos em alguns pontos essenciais a ter em conta

1. Democratização do investimento

Atualmente, qualquer pessoa, independentemente da idade e do conhecimento financeiro, é capaz de pôr o seu dinheiro a trabalhar através de ferramentas simples e intuitivas.

Se, há alguns anos, o investimento era acessível apenas a pessoas com educação financeira ou clientes da banca privada com valores de investimento altíssimos, hoje o paradigma é totalmente diferente.

2. A idade importa

Depois de decidir começar a investir, deve também decidir quando fazê-lo. Idealmente, quanto mais cedo, melhor. Porquê?

Quanto mais jovem for, maior será a capacidade de reação para lidar com possíveis imprevistos, e poderá aproveitar ainda mais o poder multiplicador do juro composto. Este juro vai-se somando ao capital inicial, sobre o qual se vão gerando novos juros.

Por exemplo, se aos 30 anos de idade investir 1.000 € num produto financeiro que lhe dá 5% de rentabilidade anual e, além disso, fizer contribuições de 100 € por mês, quando for recuperar o investimento ao fim de 10 anos, terá um balanço final de 17.477 €, com uma contribuição total de 12.000 € e uma rentabilidade total de 4.447 €. Isto representa uma rentabilidade anual de 14%. Por outro lado, se não tivesse contribuído nada durante esses 10 anos, a sua rentabilidade teria sido de 628,89 €.

É importante começar a investir cedo, com quantidades modestas, para aprender como funciona e obter mais conhecimento, ajustando a sua carteira à medida que vai evoluindo e aprendendo com os erros que, sem dúvida, se cometem.

3. Saber qual é o seu perfil de risco

Um dos aspetos mais importantes a ter em conta no mundo dos investimentos é o horizonte temporal do nosso investimento, ou seja, quando queremos recuperar o dinheiro investido. Não pode querer ter a mesma rentabilidade com um fundo a um ano do que com um fundo a cinco ou a dez anos. Quanto mais cedo quisermos dispor do nosso dinheiro, menos volatilidade e risco podemos suportar.

Além do tempo, também devemos pensar nos objetivos do investimento e quanto risco estamos dispostos a correr em troca da rentabilidade que pretendemos obter.

No caso do Openbank, esse perfil de risco é avaliado através de um teste de adequação, que serve para oferecermos a estratégia de investimento que melhor se adapta ao cliente, em função do risco que este estiver disposto a assumir.

Esta avaliação de respostas é feita automaticamente com ferramentas de aprendizagem automática que nos permitem criar algoritmos gerais para definir um perfil o mais preciso possível.

4. O importante é diversificar

Isto significa não colocar todos os investimentos num mesmo produto. Se um investimento correr mal, os outros investimentos podem compensar a queda. Diversificar não significa apenas ter ações de empresas diferentes, mas também em setores diferentes, países diferentes, mercados diferentes, tipos de ativos diferentes, etc.

Por exemplo, se investir 100 euros na empresa “X” e esta falir, perde a totalidade do seu dinheiro. Mas, se em vez de escolher apenas uma empresa, dividir esse investimento por outras 9 empresas, o mais provável é que mantenha grande parte do dinheiro e que, inclusive, as outras empresas compensem a perda.

Moral da história? Quanto maior for a diversificação, menor será o risco, porque estará mais distribuído.

5. Coloque-se nas mãos de um especialista e deixe-se aconselhar

Nem sempre vai ter o controlo de tudo. Pode ser daquelas pessoas que não perdem uma newsletter sobre a atualidade financeira, mas isso não significa que as decisões relativas às suas carteiras sejam as mais adequadas.

Para evitar sustos, informe-se bem do que quer fazer e dos riscos envolvidos.

Por Ana Luísa Neves, Market Manager de Portugal no Openbank