Para que consigamos poupar, o primeiro passo deve ser arrumar as nossas finanças. Só organizando todos os nossos gastos, podemos identificar onde temos exagerado e quais os que devemos começar a cortar. Porém, poupar não passa apenas por cortar custos: também é possível reduzir prestações de contratos. Neste artigo, deixamos algumas formas de poupar com despesas fixas e variáveis.

Planear um orçamento mensal

Para que possa começar a rever os seus encargos, deve começar por fazer um planeamento financeiro para os próximos meses.

Deve começar por realizar um orçamento mensal com todas as despesas familiares, para que identifique quais os encargos que pode rever.

Se já tem por hábito elaborar este orçamento, olhe para ele e analise o que pode estar a correr mal nos gastos e onde pode cortar.

O orçamento deve ser divido entre: despesas fixas e despesas variáveis. Isto é, nas despesas fixas, devem estar tudo o que são prestações a pagar com créditos, seguros, escolas, faturas de eletricidade, gás, água, supermercado, gasolina, entre outras. Nas despesas variáveis deve colocar os gastos não necessários e que não têm um valor certo todos os meses. Por exemplo, gastos com vestuário, comer fora ou atividades de lazer.

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Coloque todos os valores respetivos de cada gasto. Relativamente aos variáveis, aponte o quanto costuma gastar por mês para que possa perceber se é possível reduzir agora esse valor, de forma a gastar menos.

Mas também nas despesas fixas é possível poupar. Existem formas de reduzir também as prestações com créditos ou seguros, por exemplo.

Vejamos como pode poupar em ambos os tipos de despesas de seguida.

Reduzir gastos com despesas variáveis

Dentro das despesas variáveis podem estar incluídos vários encargos que, através de certas estratégias, é possível reduzir.

Imaginemos que os gastos variáveis habituais no seu orçamento familiar mensal é o seguinte: 100 euros com atividades de lazer, 200 euros para vestuário, 250 euros em comer fora ou encomendar comida.

Ao invés de gastar tanto dinheiro com atividades, porque não aproveita iniciativas da sua Câmara ou Junta de Freguesia, sem custos? Ou, no último domingo de cada mês, aproveita para visitar museus que, nesses dias, têm entrada gratuita? Também pode procurar descontos para este tipo de atividades. Por exemplo, caso tenha filhos entre os quatro e os dez anos, pode inscrevê-los no clube Rik&Rok do Auchan, de forma gratuita, onde têm acesso a descontos em várias atividades.

Relativamente a vestuário, pode optar pelo mercado em segunda mão para fazer as suas compras. Muitas vezes, as peças neste mercado estão novas e em perfeito estado, mas deve sempre verificar a credibilidade do vendedor.

Para comer fora de forma mais barata, pode sempre instalar aplicações como o The Fork, que oferecem descontos nas refeições caso faça a sua reserva no restaurante através da app. Se for encomendar comida para casa, procure também sempre aplicações que ofereçam descontos nas taxas de entrega.

São pequenas mudanças nos seus hábitos que, ao invés de terem um peso de 550 euros no orçamento mensal familiar, podem passar a nem pesar.

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Poupar no crédito habitação e seguros

Não é missão impossível poupar no crédito habitação atualmente, mesmo com a sucessiva subida das taxas de juro.

Para que reduza a prestação mensal do seu crédito habitação, o primeiro passo é dirigir-se ao seu banco para renegociar as condições do contrato. Peça uma revisão das condições à instituição, de forma a baixar a prestação. O banco pode propor-lhe mudar de taxa variável para taxa fixa (que oferece mais estabilidade e não está indexada à Euribor, logo não sofre aumentos), ou adicionar produtos ao crédito, como um cartão de crédito, para ter uma bonificação no spread.

Analise as opções que o seu banco lhe apresentar e, caso sinta que não é suficiente e que podem significar um esforço que também não consegue suportar, pode ainda pedir propostas a outros bancos. Se considerar outra proposta mais aliciante, pode fazer uma transferência do seu crédito habitação para outro banco.

O mesmo acontece com os seguros associados ao crédito habitação (seguro de vida e seguro multirriscos) ou até outros seguros que tenha contratado. Pode pedir às seguradoras que revejam as condições das apólices dos seus seguros, renegociar, e, se não ficar satisfeito, alterar os seguros para outra entidade. E sim, é possível fazê-lo até mesmo com os seguros do crédito habitação: de acordo com a lei, não é obrigatório manter os seguros na seguradora associada ao banco. Caso realize esta transferência, o banco pode fazer-lhe uma penalização no spread, mas atente que pode compensar tendo em conta o que pode poupar com os seguros.

Ainda existe a possibilidade de fazer uma segunda hipoteca do seu crédito habitação e seguir pela via da consolidação de créditos que tenha. Esta operação pode compensar caso tenha vários: o crédito habitação, um crédito automóvel, créditos pessoais, cartões de crédito, entre outros.

O crédito consolidado tem uma taxa mais baixa do que a média de taxas dos outros créditos, pelo que a poupança é quase sempre garantida. Ou seja, juntando todos os créditos num só, fica a pagar uma única prestação pelos mesmos e mais baixa.

Assim, se está à procura de poupar no seu orçamento mensal familiar, faça uma revisão de todos estes encargos e pondere sobre as várias opções.