Ontem, numa discussão filosófica sobre a transformação digital que está a tomar conta das nossas vidas, alguém afirmou, peremtório, mas sem grande certeza, se tal é possível: a questão é que o mundo mudou, está a mudar todos os dias, mas o formato reunião mantém-se preso a uma ideia do passado.
Tinha e tem toda a razão. E enquanto vivemos obcecados com o mundo na palma da mão, perdemos a noção sobre temas e comportamentos do dia a dia que já podiam cair em desuso.
Ora, se o digital nos poupa tempo, vamos gastar-nos em mais e mais reuniões? Espero que não. E há várias alternativas para não nos perdermos no loop de temas soltos, aborrecidos, reuniões vãs, que não precisavam de acontecer.
Há o telefonema que resolve.
Há momentos presenciais, olhos nos olhos, para uma decisão de 5 minutos. força. Não perca tempo.
Há temas, decisões a tomar que podem ser feitas por conference call, por skype, porque não?
Deixe tempo para reuniões que importam de verdade. Criativas, exploratórias, entre outras. Saia da sala de reuniões. Vá para a rua, com a pessoas ou as pessoas da reunião. Caminhem. Falem de pé.
Respeite os momentos de cada um. Sobretudo os seus. Acarinhe-os quando é disso que se trata. Seja pragmático quando tem de ser. Mais importante: não assuma qualquer formato (neste caso de reunião) como a única possibilidade a explorar. Se a transformação digital é mote para mudarmos tanto a nossa vida, empresas e consumo, porque não mudar também estes temas da 'pré-história' organizacional?
Texto: Cláudia Nogueira
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