Pode parecer um choque, mas cá vai mesmo assim! Falo no masculino apenas por me dirigir aos dois géneros, está bem?
Então vamos lá! Ninguém te pode achar belo se tu não te vires belo. Não por muito tempo, pelo menos. O derradeiro pináculo dos atributos de beleza é a aceitação plena e ternurenta de ti; a confiança que demonstras por realmente a sentires.
A tua componente mais atrativa e sensual é envergares o teu corpo e todo o seu conteúdo imaterial com uma coerência que diz: "Sei que posso ser melhor, ando a fazer por isso, mas já me adoro inteiramente."
Não faças dietas, tratamentos de beleza, ginástica e afins, para te mostrares mais belo aos outros. Faz tudo isso, se quiseres, mas apenas para melhorares um pouco aquilo que já é perfeito, atraente e encantador. Fá-lo, não para te suportares melhor, mas para mais profundamente amares o produto encantador que resulta da conjugação do teu corpo com o teu espírito.
Lembra-te que quanto mais natural te conseguires manter, mais verdade existe em ti e, claro, menos trabalho e despesa terás que suportar. Usa o teu corpo com a sapiência de quem é capaz de equilibrar respeito e excessos, sem te esqueceres nunca que os cinco sentidos que nele existem são para ser usados com o máximo prazer! Abusa do teu intelecto como se não tivesse limites. Porque não tem. Cabe-te no cérebro tudo o que nele estiveres disposto a enfiar! Pode parecer que os intelectuais líquidos se te evaporam ao mesmo ritmo que os vertes lá para dentro, mas não: tudo fica bem retido.
Percebe de uma vez por todas que, à medida que a beleza exterior possa ir desfalecendo, uma muito mais poderosa se vai erguendo no teu fantástico interior. Treina-te para o amor. Absurdo. Absoluto. Admirável. Por ti e pelos demais. Treina-te para a positiva alegria que contagia o destino que vais depois atrair. Treina-te para a resistência a tudo o que te causa desconforto e dor porque não existem vidas sem isso. Aceita. Sente. Ultrapassa. Treina-te para aceitar desafios e para vencer. Não os outros, mas a ti mesmo. E de caminho, se puderes, torna-te um pouco mais imortal.
Ana Amorim Dias
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