Apesar de ser uma cor que nunca passa de moda, está culturalmente e tradicionalmente associada à perda e à saudade que se manifesta após a morte. «Embora devêssemos estar preparados para encarar o luto como um acontecimento normal e inevitável na nossa vida, a negação do sofrimento e da morte na nossa sociedade impede o desenrolar normal da sua resolução», refere Helena Marques, psicóloga clínica e consultora de imagem. «Não a use sempre», recomenda.

«É a surpresa do preto que cria impacto», acrescenta a especialista que, após um período de luto, aconselha alguma moderação no período inicial de transição. «Comece a introduzir outras cores em acessórios e, depois, em peças de roupa que ficam a uma distância maior do seu contacto ocular, como é o caso de calças e saias», exemplifica.

As recomendações não se ficam, contudo, por aqui. «Use preto em peças de roupa com movimento», afirma Helena Marques. A psicóloga clínica e consultora de imagem deixa ainda um outro conselho, apelando à valorização da cor. «Institua um dia da semana em que não usa nem preto nem branco», sugere. Para saber como o cérebro, que é influenciado pelas cores, lê cada um dos diferentes tons, clique aqui.

A necessidade de recalcar o luto

É fonte de stresse e até mesmo de doença. «Para bem do nosso equilíbrio emocional, devemos viver a perda e não dissimulá-la. Há outras formas de o vivenciarmos, mas uma delas é através da cor do vestuário (preto ou branco). O seu uso pode influenciar as emoções que vivemos quando perdemos quem amamos», sublinha a especialista.

A cor preta no ocidente

A cor preta traduz tristeza e reverência. «Para algumas pessoas, vestir esta cor numa fase inicial da perda não significa um processo de luto complicado, pode fazer parte de um comportamento adaptativo e cultural», afirma Helena Marques.

O que vai mudando com o passar do tempo

Como diz o famoso dito popular, «o tempo cura tudo». «O choro e a tristeza vão diminuindo e é esperado que a pessoa se vá reorganizando», sintetiza. «O início dessa nova fase pode ser marcado pelo uso de peças de cor», aconselha a psicóloga clínica e consultora de imagem.

Texto: Helena Marques (psicóloga clínica e consultora de imagem)