Mesmo no meio de tanta agitação e ocupação esta é uma questão que, em alguma parte das nossas vidas, tende a surgir nas nossas mentes com algum destaque. Foco, disciplina, equilíbrio, consciência, são palavras diariamente repetidas e que fazem parte da nossa lista de pesquisas e quereres.

Mas estando nós mais informados/as, não deveria ser mais fácil encontrar e viver o que nos inspira?

Sem dúvida! Mas antes de partir para uma pesquisa externa desenfreada, tente primeiro perceber como a sua inspiração funciona. Se não o fizermos seria como comprar um novo gadget e tentar perceber como ele funciona sem olhar para o manual de instruções. Não vai correr bem!

Quando se trata de viver uma vida inspirada, existem alguns princípios que podemos e devemos ter em conta. Sendo todos eles igualmente importantes, a ordem que se segue é absolutamente aleatória:

Princípio 1# - Não dependa de realizações externas

- Inconscientemente somos levados a acreditar que só viveremos inspirados se realizarmos uma tarefa ou um objetivo. A inspiração não nos chega quando completamos uma tarefa ou quando cumprimos um objetivo. O propósito da vida não é o chegarmos a algum lugar em específico, tal como na dança, o propósito da vida é aproveitar cada momento e cada passo, independentemente de onde estamos quando a “música” terminar.

- Todo o acontecimento é neutro e todo ele tem um lado positivo. De uma não realização surge uma nova oportunidade munida de uma maior experiência e consciência. Não se deixe derrubar por slogans do género “ se não sabes para onde vais, como saberás quando lá chegares?”, este tipo de lógica leva-nos a viver longe de nos sentirmos inspirados, achando que para sermos bem-sucedidos neste campo haverá sempre algo em falta.

- Permitir que uma possível realização futura e inexistente se sobreponha à realidade presente e constante é uma das receitas para uma vida desinspirada e inglória. Desfrute de tudo aquilo que o momento presente lhe oferece.

Princípio 2# - Não existe nada/coisa alguma que necessite para viver inspirado

- Sendo a inspiração uma doce sensação criada interiormente, temos em nós tudo aquilo que necessitamos para experienciar essa mesma sensação. Quando consciencializamos e clarificamos a diferença entre uma busca sensorial momentânea de um sentimento de realização interno e inspirado, tendemos a viver de uma forma mais profunda e menos superficial.

- “Menos é mais”! Esta deveria ser uma máxima estampada na vida de todos, tanto a nível material como no foro psicológico pela carrada de “ruído” desnecessário que carregamos (preocupações, medos, ânsias etc..). Numa realidade em constante transformação, apegarmo-nos
a todo o tipo de coisas e situações em nada nos ajuda a evoluir. Como no jogo de tabuleiro “monopólio”, no final, volta tudo para dentro da caixa. Somos tudo o que necessitamos neste exato momento.

Princípio 3# - “Não morra a imaginar”

- Se quisermos viver uma vida inspirada é de extrema importância que nos habituemos a agir. Não deve existir pior sentimento que aquele em que estamos prestes a partir e sentir que a “música” ficou por tocar.

- No próprio ato de fazer, existe algo de inspirador, mesmo que no final não seja bem sucedido. Inspirador porque por norma não nos tendemos a arrepender daquilo que fazemos, mas sim, daquilo que deixamos por fazer. Mesmo que seja uma ação mais superficial ou fútil, sentimo-nos inspirados porque sabemos que estamos a tentar algo que queremos. É quando permanecemos a imaginar se devemos ou não fazer algo, que surgem pensamentos que nos fazem sentir stressados e incompletos.

- A inspiração em nada tem a ver com o facto de ganharmos ou perdermos; Se nos cingirmos ao simples acto de jogarmos ao jogo da vida, viveremos imensas vitórias e derrotas, dependendo da nossa dedicação, talento e coragem. Se perdermos a coragem de sequer tentar, por medos, rejeição ou dúvidas em relação ao nosso talento, então passaremos uma vida inteira a imaginar, e é exactamente isso que nos impede de sentir inspiração e viver uma vida inspirada.

Princípio 4# - Torne-se independente da “boa opinião” de outros

- A inspiração funciona como se fosse o seu próprio sistema GPS integrado, devendo manter se na rota que ela mesma lhe indica, mesmo que quando decidir escolher segui-la possa desapontar alguém.

- Para conseguir perceber em que ponto está, deve parar por momentos, respirar e determinar o quanto permitiu que outros decidissem o que deveria fazer, como fazer, onde viver, com quem viver e até de que forma deveria ser tratado/a.

- Deve ter a consciência de que ninguém realmente sabe ou sente o que é melhor para si, sendo absolutamente imperativo respeitar e ouvir a sua “voz interior”, ignorando qualquer pressão ou “boa opinião” alheia. Confie!

Princípio 5# - Pré disponha-se a aceitar a não aprovação de outros

- Quando se dispõe a seguir o seu caminho, certamente irá encontrar algumas resistências, pois nem todos estarão de acordo com as suas escolhas. Esta não é de todo uma atitude egoísta ou cínica; Quando ganhamos força suficiente para ignorar a pressão que diariamente sentimos para nos ajustar, essas mesmas resistências vão diminuindo até que se transformam em respeito. Quando categoricamente nos rejeitamos a pensar, agir e a ajustar aos mandatórios alheios, a pressão de o fazer perde a sua intensidade.

- Tudo aquilo que deve fazer é ter um pouco de paciência para aguentar alguma não aprovação inicial, que por norma vem acompanhada de alguma raiva, silêncio, longas lições de moral, amuos e dogmatismos. Ultrapassando essa fase estará mais que lançado/a para viver uma vida inspirada em vez de uma vida frustrada.

- Por norma, aqueles que maior aprovação recebem são aqueles que menos se preocupam se realmente a irão receber. Deixe de se preocupar e foque a sua atenção na sua inspiração.

Princípio 6# - Lembre-se que os nossos desejos não nos chegam consoante o nosso calendário

- Existe um ditado ancião que diz: “Se realmente quiseres fazer com que Deus se ria, conta-lhe todos os teus planos”.

- Infelizmente o Ego nunca será consultado para definir a sua agenda.

- Tudo aquilo que desejamos só nos será apresentado quando realmente estivermos preparados. Até esse momento chegar, o desafio é deixar de exigir respostas e manter o foco no como, quando e onde nos sentimos inspirados?

Mantenha estes seis princípios por perto e procure-os sempre que sentir falta de inspiração.

Como é que sei se o que sinto é inspiração?

- Uma boa forma de saber o que realmente o inspira, é prestar atenção a qualquer sensação interior quando estiver a realizar alguma tarefa;

-Formigueiro, súbito aumento de adrenalina, felicidade extrema, alegria, arrepios, súbito aumento de energia, enorme vontade de repetir, vitalidade, são alguns sintomas de que está a realizar algo que o/a inspire.

Como é que descubro o que me inspira?

- Preste atenção! Mais uma vez, faça questão de estar presente em cada momento e mantenha-se consciente de tudo o que o rodeia (pessoas, situações, pensamentos e sensações).

- Outra excelente forma de descobrir o que o inspira é: escrever numa folha uma lista de atividades que já realizou e que adorou fazer. Seguidamente reduza essa lista escolhendo as atividades que se imagina a fazer para o resto da vida. De seguida, escolha aquela ou aquelas atividades que lhe saiam naturalmente sem qualquer resistência e quando as realiza chega mesmo a perder a noção do tempo.

- Quando responder a esta questão imagine-se num mundo sem medos, onde tudo seria possível acontecer e que a sua única tarefa seria a de ter a coragem de seguir a sua inspiração.O que escolheria? Não responda aquilo que quer teimosamente ser e que interiormente sente ser forçado. Nem aquilo que outros gostariam que escolhesse. Escolha aquilo que faz a sua música interior tocar! Aquilo que só de se imaginar fazer o deixa a vibrar! Maioritariamente todos aqueles que vivem uma vida inspirada e que tendemos a seguir como exemplo, tiveram a coragem/honestidade de diariamente realizar a acção que mais os fazia vibrar.

- No jogo da vida, conseguir ser autêntico é um must para viver uma vida inspirada. É de extrema importância conseguir perceber se o que está a fazer o faz porque lhe é natural, ou se caiu no jogo da imitação.

- Grandes exemplos de inspiração como; Steve Jobs, John Lennon, Picasso, Michael Jordan, Walt Disney, Nelson Mandela, entre muitos outros, tiveram a coragem de investir a maioria do seu tempo naquilo que mais os inspirava mantendo um único rumo, não cedendo a qualquer
tipo de influência ou tentativa de desencorajamento.

Somos uns sortudos por termos nascido com esta ferramenta.

- Quando uma criança nasce, nasce com ela um sentimento de inspiração, de alegria, que contagia todos aqueles que o presenciam. Nascemos saudáveis e saudáveis crescemos se aprendermos a respeitar esta fantástica ferramenta. Preste atenção ao que ela lhe transmite, escute, haja e deixe a música em si tocar!

Hoje seja inspiração!

Um sorriso,

Miguel Santos Zamora
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