Alguém que, todos os dias, se sacrifica a fazer algo que não gosta na tentativa de incutir novos hábitos na sua rotina tem mais probabilidades de falhar do que se não fizer nada. As conclusões são de B. J. Fogg, psicólogo e professor na Universidade de Stanford, que durante as últimas duas décadas se dedicou a estudar as mudanças comportamentais revelando que o truque passa por treinar o cérebro.

Segundo explica o site Quartz, é necessário que o cérebro seja capaz de desenhar mudanças comportamentais que sejam fáceis de cumprir e de as incorporar na rotina existente como algo automático.

De forma a ajudar milhares de pessoas que querem transformar novos comportamentos em hábitos, o psicólogo desenvolveu o método Fogg, composto por três passos chave e que são essenciais para a mudança.

Em primeiro lugar é necessário definir aquilo que se pretende, em seguida deve-se identificar as pequenas vitórias que vão permitir à pessoa alcançar o objetivo traçado e, por último, encontrar um estímulo que faça com que a pessoa consiga aliar o novo hábito a algo que já faça parte da sua rotina habitual.

Por exemplo, este ano quero comer mais fruta (objetivo pretendido), por isso todos os dias pego numa maçã (pequenas vitórias) que vou colocar em cima da mesa enquanto tomo café (aliar a uma hábito que faz parte da rotina).

Para além disso, Fogg começou a lecionar um curso online grátis onde partilha dicas sobre o tema com a ajuda da irmã Linda Fogg-Phillips. O objetivo do programa Tiny Habits, que tem a duração de cinco dias, é tentar criar, em todos os inscritos, a necessidade de se sentirem motivados ao realizarem determinadas tarefas.

Mas para que isto funcione, a irmã do professor explica ser extremamente importante que a pessoa se congratule por todos os pequenos passos que dá em direção ao objetivo estipulado. “As pessoas estão a reescrever a sua identidade como alguém que tem êxito”, explicou Fogg-Phillips.

E ao que parece este programa tem dado resultado. Tal como refere o site Quartz, dos 28 mil graduados mais de 80% referiu sentir-se confiante na sua habilidade em mudar os seus hábitos, enquanto mais de dois terços afirmou ter notado melhorias inesperadas na sua vida.