A hipertensão não tem sintomas mas agrava o risco de doenças cardiovasculares (insuficiência cardíaca, angina de peito, enfarte do miocárdio e tromboses cerebrais), sendo por isso fundamental o seu controlo, de forma a manter valores baixos durante toda a vida.

«O seu tratamento depende dos valores de pressão arterial e dos riscos cardiovasculares de cada doente e exige a associação de cuidados gerais e medicamentos», explica Maria Augusta Soares.

Além da gordura, quem sofre desta doença deve ter cuidado com a restrição de sal, a prática de atividade física e o controlo do peso. «O doente pode começar com um ou dois medicamentos, associados sempre aos cuidados gerais, sendo visíveis os efeitos ao fim de quatro semanas», adianta ainda a professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

«Caso a pressão arterial esteja nos valores pretendidos pelo médico, o tratamento deve ser mantido durante toda a vida, pois qualquer alteração refletir-se-á na subida da pressão arterial», continua a especialista. Respeitar escrupulosamente a hora da toma da medicação é, contudo, fundamental. «Em caso de esquecimento, deve tomar logo que se lembre, a menos que esteja próxima a hora da toma seguinte», adverte Maria Augusta Soares.

Se o doente sentir sinais de hipotensão quando se levanta bruscamente, deve referi-lo ao médico, para que ele ajuste a dose dos medicamentos. A especialista alerta, ainda, para a existência de medicamentos que podem elevar a pressão arterial e reduzir o efeito dos antihipertensores.

«Não deve tomar medicamentos sem ter a certeza que não interferem com os valores da pressão arterial, podendo informar-se com o seu farmacêutico ou médico», conclui Maria Augusta Soares, que em 2013 recebeu um prémio pelo trabalho que desenvolveu para auxiliar os profissionais de saúde na gestão da terapêutica segura e efetiva no doente geriátrico.