Quantos de nós consideram ter uma alimentação saudável, porque, diariamente, incluem legumes e frutas nas refeições, porque comem uma boa quantidade de proteínas ou ainda porque comem hidratos de carbono?
Na realidade, independentemente do regime alimentar escolhido por cada um, vários fatores condicionam a assimilação de nutrientes.
Podemos até considerar que fazemos uma boa alimentação, equilibrada, saudável, ingerindo alimentos de boa qualidade mas a maioria deles entra nas nossas células em percentagens muito baixas, dando-nos a sensação de pouca energia, fadiga, irritabilidade podendo mesmo derivar em patologias.
Um dos aspetos a ponderar é perceber como funciona o nosso corpo, como se move o nosso sistema digestivo. Que importância dar ao intestino?
Este é habitualmente um órgão esquecido, nomeadamente quando nos referimos ao intestino grosso, pensando neste como uma espécie de “caixote do lixo” do que não queremos ou não precisamos.
Todavia, sabe qual a ligação entre o intestino e o cérebro?
Ambos estão relacionados com movimento. O movimento é algo extraordinário nos seres vivos. Este é o grande motivo para ter músculos e respetivas células nervosas. O movimento vai além de andar ou pegar num objeto, mas inclui também uma expressão da face, a articulação de palavras, entre outros. O nosso cérebro coordena os sentidos e cria experiências de forma a desencadear movimento.
Também é no cérebro que concebemos o bem-estar, a alegria ou contentamento. Estudar, pensar e filosofar serão sempre coisas do cérebro, mas nós somos muito mais do que isso e o intestino ajuda a “explicar” de que forma. Atualmente, o intestino é o orgão responsável por uma mudança de mentalidade.
Os nervos do deste órgão existem em muito grande quantidade e são bastante diferentes entre si, comparando com o resto do corpo. Este possui ainda muitas células nervosas e formas de conexão em que só o cérebro se equipara. Ou seja, a rede nervosa do intestino é conhecida por cérebro intestinal, precisamente pela sua dimensão e complexidade química.
Os sinais dos intestinos chegam ao cérebro e geram um forte impacto.
Existe um nervo que percorre o diafragma, passando entre os pulmões e o coração até ao esófago, através da garganta e chegando ao cérebro. Sendo este nervo estimulado e dependendo do estímulo, assim serão as reações e sensações desencadeadas no ser humano.
O cérebro necessita destas informações para percepcionar como estão as coisas no corpo, já que este se encontra isolado e protegido, algo que não acontece com outros órgãos.
Por outro lado, o intestino encontra-se no meio da acção do corpo, desde a última refeição à imunidade, usufruindo das informações preciosas do sistema nervoso e fazendo-se valer de uma grande superficie, que faz dele o maior órgão sensório do corpo humano. O intestino sente a nossa vida interior e trabalha ao nivel do subconsciente.
Quando este órgão não se sente bem, afeta-nos o humor de forma subtil, assim como, quando está bem melhora a nossa disposição de um modo mais discreto.
Deste modo, quando pensamos em comida, deveremos pensar não apenas no que nos apetece comer mas de que forma os nossos desejos alimentares nos afetam os órgãos fisica e emocionalmente.
Para muitos, a comida é a primeira coisa em que pensam de manhã e a sua imagem corporal é a última coisa em que pensam à noite. Estes pensamentos geram resistência, apreciação, desconforto, satisfação e culpa.
Conhecemos as regras, sabemos quais são os alimentos que promovem boa saúde e sabemos quais são os alimentos, que consumidos em quantidades excessivas, têm tendência a conduzir a um aumento de peso, obesidade, hipertensão e doença cardíaca. E ainda assim, nada muda.
Continua a aumentar o número de pessoas com peso a mais, como o número de pessoas que sofrem de doença cardíaca, diabetes, distúrbios alimentares, alergias e intolerâncias.
O que podemos então fazer?
Começar por reconhecer que temos liberdade de escolha, logo a decisão sobre o que consumir tem origem na nossa mente. Esta é poderosa e, sem treino, é uma escrava da emoção e do hábito, podendo ter um efeito destrutivo.
A decisão de comer determinados alimentos ou não, é nossa, o que significa que temos a liberdade e o potencial para mudar e sermos felizes relativamente a como queremos sentir-nos, para sermos felizes no que respeita a quem somos, ao nosso aspeto e à nossa saúde.
A comida não entra sózinha no nosso sistema digestivo. É preciso uma acção. É preciso movimento, comandado pelo cérebro. Este sinal poderá ser causado por qualquer pensamento, por uma emoção ou sensação física.
O importante é criármos espaço mental e clareza suficientes para garantir que não cedemos a este impulso, não apenas pelo intestino, como por todo o corpo e saúde em geral.
E porque nos sentimos, frequentemente, impotentes para resistir ao impulso de uma emoção passageira?
A nossa forma de estar na vida e o que pretendemos para nós poderá responder a esta questão.
Autoria: Vera Bilé/Brahmi Wellness
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