O diagnóstico e o tratamento das doenças transmissíveis por carraças são problemas difíceis de resolver.

Atualmente, apenas um número limitado de vacinas estão disponíveis no mercado para proteger os seres humanos e os cães deste tipo de doenças, pelo que a melhor maneira de controlar estas doenças, de forma eficiente, é impedindo a sua transmissão.

No caso dos cães, tal significa impedir que as carraças se fixem, evitando assim a disseminação dos microrganismos. A prevenção implica que seja feita uma vigilância permanente do corpo do animal, em especial das zonas de maior incidência (sobretudo nas orelhas e nas patas) e a utilização correta de parasiticidas. A escolha do tratamento adequado na prevenção e no combate às carraças é muito importante e deve ser orientada por um médico veterinário, respeitando a saúde do cão e a sua exposição ao ar livre.

No mercado, encontram-se disponíveis vários tipos de prevenção, com diferentes modos de ação, que protegem os cães e os seus donos de ectoparasitas, incluindo as carraças, nomeadamente coleiras, formulações spot on e sprays que contêm princípios ativos, tais como a permetrina, amitraz, fipronil ou imidacloprid. Estes são os meios mais conhecidos e eficazes de controlar as infestações por carraças nos cães.

Infelizmente, as estratégias de profilaxia existentes podem demorar até dois dias para eliminar as carraças, não evitando que a carraça se fixe no animal e ingira uma refeição de sangue, transmitindo simultaneamente o(s) agente(s) patogénico(s). Assim, existe sempre uma certa probabilidade do animal ainda ser infetado e vir a desenvolver este tipo de doenças.

Prevenir a fixação de carraças significa impedir a transmissão dos agentes patogénicos, quebrando a chamada cadeia de infeção. É muito importante soltar as carraças do animal e matá-las, antes que estas se fixem de novo e reiniciem a ingestão de sangue do mesmo ou em outro hospedeiro. Uma noção fundamental a reter: se as carraças não se conseguirem alimentar, não permanecem no local.

Estas são algumas das recomendações a ter em conta com o seu animal:

- Elimine as carraças do seu cão imediatamente após as atividades ao ar livre, usando para tal uma pinça ou gancho apropriado para a remoção. Evite esmagar a carraça.

- Tenha sempre em mente quais as situações que apresentam elevado risco de contaminação e evite a exposição do seu cão a estes ambientes. Aconselhe-se com o seu médico veterinário, sempre que tiver alguma dúvida.

- Utilize regularmente, mediante o aconselhamento do seu médico veterinário, um produto que previna o aparecimento das carraças e que evite a transmissão de DTC.

- Aja rapidamente, nas 24 horas seguintes (ou menos), após o contacto do cão com ambientes potencialmente contaminadores de carraças, eliminando as carraças.

- Aplique produtos de prevenção e de combate às carraças que apresentem uma eficácia de longa duração (durante várias semanas) e que sejam resistentes à água.

Conselhos práticos a ter em família

Se for passear no campo, garanta que o seu animal se encontra eficazmente protegido. Evite as áreas infestadas de carraças, use roupas claras, cubra os braços e as pernas e enfie as calças dentro das botas ou das meias. Quando tirar a roupa que usou, verifique o seu corpo e as roupas. Caso encontre alguma carraça, remova-a com cuidado e sem a esmagar.

Dê especial atenção ao pescoço e à cabeça das crianças, nomeadamente às orelhas e couro cabeludo, verificando também a zona das virilhas, axilas e entre os dedos. Proteja ainda as mãos com luvas quando retirar as carraças de animas ou de pessoas, utilizando de preferência uma pinça para o efeito.

Fonte: Merial