Afeta cerca de 80 % das pessoas com mais de 60 anos e é uma das doenças mais frequentes do nosso planeta, existindo em Portugal cerca de um milhão de doentes. Atinge predominantemente o sexo feminino, e as queixas principais são a dor e a rigidez articular. Com o decorrer da evolução da artrose, aparecem deformidades nas articulações afetadas.
No desporto, e na alta competição é normal encontrarmos atletas com processos de artrose, principalmente no desporto de contato (futebol, rugby, basquete, andebol…). Nos atletas mais velhos e naqueles com antecedentes de traumatismos de repetição a incidência é maior.
Na população em geral a prevenção é importante, e devemos privilegiar o controlo do peso, promover uma atividade física regular e aconselhar a toma de antiartrósicos como a glucosamina, a condroitina, o ácido hialurónico, o colagénio e os antioxidantes, os chamados “Slow Drug Action”, que atuam somente ao final de alguns meses.
Como tratamento conservador e na fase inicial da artrose, podemos recorrer aos anti-inflamatórios, fisioterapia, descarga do peso com ortótese e/ou canadianas, infiltração com corticoide, mesoterapia e/ou viscosuplementação com ácido hialurónico.
Mais tarde, e depois de esgotarmos todas as alternativas do tratamento conservador, a cirurgia será a opção natural para tentarmos melhorar a qualidade de vida do nosso doente.
A 1º opção cirúrgica é o tratamento artroscópico. Esta técnica cirúrgica, pouco invasiva e de baixa morbilidade, tem bons resultados desde que o doente tenha indicação para a realização da mesma. (A denominada “toilette” ou limpeza articular).
Com o desenvolvimento da Bioengenharia, “todos os dias” aparecem novas soluções terapêuticas como as membranas e geleias de colagénio, os PRP (fatores de crescimento), as células estaminais…
Como fim da linha, temos as próteses (artroplastias) que são cada vez mais evoluídas, mais anatómicas e com maior durabilidade. A população alvo com necessidade deste tipo de intervenção é cada vez mais jovem, e prevê-se um aumento exponencial do numero de artroplastia a realizar num futuro próximo (357% ate 2030).
Atualmente existem próteses feitas por medida (avaliada por RM ou TAC) e materiais muito evoluídos, como o oxinium, que permitem uma reabilitação mais rápida, melhores resultados e uma duração que pode atingir os 30 anos.
Por Pedro Pessoa, Médico Epecialista em Ortopedia e Traumatologia Desportiva
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