Os tipos de colesterol correspondem à forma como se agrupa para se deslocar no organismo.

«O colesterol é transportado através da corrente sanguínea em pequenas embalagens chamadas lipoproteínas, feitas de gordura (lipo) no interior e de proteínas no exterior», detalha o National Heart Lung Blood Institute (NHLB).

Segundo o Patient Education Institute, existem três tipos de lipoproteínas, as de densidade muito baixa (VLDL), as de densidade baixa (LDL) e as de densidade alta (HDL).

O que é o bom e o mau colesterol?

Chama-se mau colesterol ao LDL porque, se estiver elevado, acumula-se nas paredes das artérias (vasos sanguíneos que transportam sangue do coração para o corpo); o HDL é considerado bom porque transporta colesterol de outras partes do corpo de volta para o fígado, que remove o colesterol do organismo.

Assim, quando faz análises ao sangue, além do valor total do colesterol, importa saber os valores individuais do LDL e do HDL já que um mesmo total pode resultar de proporções diferentes daqueles dois componentes. Deve também saber o valor dos seus triglicerídeos e manter o mau colesterol abaixo do valor máximo e o bom acima do mínimo.

Quais são os riscos do mau colesterol?

«Quanto maior o seu nível de LDL no sangue, maior é a probabilidade de vir a ter doença coronária, um problema em que, dentro das artérias coronárias, se acumula placa (ateroma) feita de colesterol, gordura, cálcio e outras substâncias do sangue», realça informação do NHLBI. A este problema chama-se aterosclerose.

«Com o tempo, o ateroma torna-se rígido e estreita as artérias coronárias, limitando o fluxo de sangue oxigenado para o músculo cardíaco», o que pode provocar angina de peito e enfarte. Quando se acumula nas artérias que transportam sangue oxigenado para o cérebro ou para os membros, pode ocorrer um acidente vascular cerebral ou doença arterial periférica, respetivamente.

O que influencia os níveis de colesterol?

Os genes determinam, em parte, a quantidade de colesterol produzida por cada organismo, pelo que a tendência para ter (ou não) colesterol elevado pode ser hereditária. O estilo de vida é igualmente importante, com destaque para a alimentação, peso, nível de atividade física e hábitos tabágicos.

Além disso, existem doenças que favorecem o aumento dos níveis de colesterol LDL, como «a diabetes, a obesidade, doenças genéticas e problemas da tiróide», realça o Patient Education Institute.

Também o stress «pode aumentar os níveis de colesterol, quer por si próprio quer porque pode conduzir ao consumo de mais alimentos gordos e snacks», refere a mesma fonte.

Valores de referência

Colesterol total

Desejável: Menos de 190
No limite: 190 a 239
Alto risco: Mais de 239

Colesterol LDL (mau)

Ótimo para pessoas com alto riso de enfarte: Menos de 70
Ótimo para pessoas com doença cardíaca ou diabetes: Menos de 100
Próximo do ótimo: 100 a 129
No limite: 130 a 159
Risco alto: 160 a 189
Risco muito alto: Mais de 190

Colesterol HDL (bom)

Risco mínimo: Mais de 60
Risco médio: 40 a 59
Risco alto: Menos de 40 (homens); menos de 50 (mulheres)

Calendário de análises

Vigiar os níveis de colesterol no sangue é uma rotina a não descurar a partir do momento em que entra na idade adulta. Avalie o seu perfil lipídico através de análises ao sangue. Estas análises que discriminam os níveis de colesterol que circulam no sangue devem ser feitas com alguma regularidade, variando em função da idade.

Aos 20 anos
Se tiver entre 20 e 30 anos, deve recorrer a este tipo de análises, pelo menos, duas vezes.

Aos 30 anos
Se já completou os 30 anos, as recomendações gerais indicam que deve recorrer a este tipo de análises três vezes.

Aos 40
anos
Se já se encontra na faixa etária dos 40, deve de haver uma monitorização mais paertada. Por isso, as análises ao sangue devem ser efetuadas quatro vezes.

Depois dos 50 anos
A partir desta idade, deve recorrer a este tipo de análises, anualmente, sempre que o seu médico o recomendar ou se não estiver dentro dos valores normais, tiver história familiar de doença coronária prematura ou ainda, se tiver familiares próximos com alterações marcadas do colesterol ou do restante perfil lipídico.

Texto: Rita Miguel com Pedro Marques da Silva (médico especialista em hipertensão clínica e responsável da consulta de hipertensão arterial e dislipidemias
do serviço de medicina do Hospital de Santa Marta) e Zélia Santos (dietista no British Hospital Lisbon XXI)