Os portugueses são geralmente pouco cuidadosos no que se refere à exposição solar.

A prova está nos 10 mil novos casos de cancro de pele que Portugal regista anualmente.

António Picoto é dermatologista e presidente da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo e partilhou com a Prevenir os cuidados que tem no seu dia a dia.

Além de revelar a proteção que usa, os seus hábitos balneares e indicar o vestuário ideal para uma exposição solar segura, o especialista contou ainda quais os exames de rotina a que se submete e qual a sua opinião sobre os solários. Surpreenda-se e siga o exemplo deste especialista.

Os cuidados diários

«Tenho a pele muito branca e não me bronzeio com facilidade pelo que pertenço a um grupo de risco. Diariamente, após o barbear, aplico um creme hidratante com fator de proteção solar (FPS) 30. Entre maio e setembro, quando os índices de radiação ultravioleta são mais elevados e nefastos em Portugal, aumento para 50», revela.

A proteção certa

«Escolho fórmulas que protegem contra os raios UVA e UVB. Antigamente pensava-se que só os UVB eram cangerígenos, mas hoje sabe-se que os UVA são os principais responsáveis pelo envelhecimento da pele. Não uso, nem recomendo, produtos com FPS inferior a 30. Em laboratório, o FPS é determinado aplicando dois miligramas de produto por centímetro quadrado de pele, o que não acontece na vida real. Por isso, quando pensamos que estamos a usar um FPS 30, temos na realidades, um de sete ou de oito. Não complemento o uso de protetor solar com suplementos alimentares», conta o dermatologista.

Hábitos balneares

«Costumo ir para o Douro e frequento mais a piscina e o campo do que a praia. Tenho sombra perto e encontro formas de me entreter entre as 12 e as 16 horas, quando há maior incidência dos raios ultravioleta», explica António Picoto.

Vestuário ideal

«O sol é um excelente antidepressivo, mas deve ser usado com inteligência. A melhor proteção é a sombra, mas ter a roupa adequada também ajuda. Opte por camisolas, de preferência de manga comprida, chapéu e óculos escuros. Uso também t-shirt-s com proteção solar», assume.

Exame de rotina

«Faço o autoexame da pele sobretudo no verão, quando a pele está mais exposta. Não costumo ir ao dermatologista, mas quando é preciso, peço auxílio aos colegas», revela o especialista.

Solários

«Não frequento solários e considero que deviam ser banidos, são vias de acesso rápido para o cancro e para o envelhecimento precoce da pele», conclui.