A prevenção é a arma mais eficaz contra a doença e decisões vitais na saúde dependem de informação completa e atualizada. O desempenho dos profissionais de saúde é determinante, mas o primeiro e o último responsável neste contexto é sempre... você!

Pedro Ribeiro Silva, médico, explica o que deve fazer durante pouco mais de uma semana para se defender.

Estas são as recomendações do especialista de medicina geral e familiar na Divisão de Estilos de Vida Saudável da Direção-Geral de Saúde:

1º dia
Hoje é dia de escutar o seu corpo. Tome consciência dos sinais que emite, notando qualquer indicador de malestar. Faça um autodiagnóstico. Observe a simetria, rebordo, diâmetro e cor dos sinais cutâneos. Faça o autoexame da mama (idealmente uma semana após o período menstrual). Tome notas e, sobretudo se notar alterações, partilhe-as com o seu médico, a quem cabe avaliar a sua importância.

2º dia
Há quanto tempo não olha para o boletim de vacinas? Verifique se é altura de atualizar alguma (a do tétano deve ser administrada a cada dez anos) e, se for, agende a ida ao centro de saúde.

3º dia
Marque consultas. Se é saudável, deve fazer uma higienização oral anual, análises da diabetes a cada três anos e do colesterol a cada cinco anos. Após o início da vida sexual, faça o rastreio do colo do útero cada três anos. Se tem mais de 50 anos, deve fazer análise das fezes anualmente, ou colonoscopia total cada dez anos, e o rastreio da mama, de dois em dois anos.

4º dia
Descubra as doenças que correm na sua família, principalmente as que afetam pais, irmãos, avós, meios-irmãos, tias, tios e sobrinhos. Anote doenças crónicas (diabetes, asma, e hipertensão) e outras graves, idade em que surgiram, problemas na gravidez ou parto, problemas à nascença ou de desenvolvimento, idade e causa da morte. Leve a sua árvore genealógica de saúde da próxima vez que for ao médico

5º dia
Organize o seu registo de saúde, reunindo num único local, informações como o nome
dos médicos (por especialidade) e da instituição de saúde, datas e resultados de exames, datas de consultas, de episódios de doença e cirurgias, medicação prescrita e respetiva dosagem, frequência e duração da toma, alergias ou outras queixas, datas da toma e dosagem de suplementos alimentares. Pode fazê-lo registando-se na Plataforma de Dados da Saúde do Portal do Utente.

6º dia
Meça a tensão arterial. Pode fazê-lo em casa com um aparelho fiável ou na farmácia e, se detetar valores acima de 140 ou de 90 mmHg, fale com o médico. Se é saudável e a sua pressão arterial é normal, basta medila uma vez por ano. Se faz tratamento para a hipertensão e a pressão arterial está controlada, poderá medi-la uma vez por semana ou como o seu médico lhe indicar. Se iniciou um tratamento recentemente ou a pressão arterial não está controlada meça-a duas a três vezes por semana.

7º dia
Torne a balança numa aliada. Caso não esteja a fazer dieta, pese-se uma vez por mês, se possível sempre à mesma hora, na mesma balança, sem roupa, em jejum e após ter esvaziado e a bexiga. Este é um hábito a adotar quer esteja a tentar perder peso ou queira mantê-lo num nível ideal.

8º dia
Pare para pensar nos efeitos do stresse na sua vida. Ele causa acidentes de viação, domésticos e de trabalho, conflitos e discussões desnecessárias. Para o dosear, recorra a técnicas de relaxamento e de reprogramação mental e adeqúe as suas expectativas quanto ao mundo e... a si mesma!

Texto: Nelma Viana, Rita Miguel e Vanda Oliveira com Cátia Gouveia (nutricionista), Hugo Meca (wellness coach e investigador da Faculdade de Motricidade Humana), Paulo Vitória (coordenador da linha SOS Deixar de Fumar), Miguel Rego (nutricionista) e Pedro Ribeiro da Silva (médico de Medicina Geral e Familiar na Direção-Geral da Saúde)