A esquizofrenia caracteriza-se pela fragmentação da estrutura básica dos processos do pensamento acompanhada pela dificuldade em estabelecer distinção entre a experiência interna e externa. Surgem sintomas que afetam quase toda a atividade mental, incluindo a perceção, a atenção, a memória, o comportamento e as emoções.
Os sintomas estão associados a uma disfunção social/ocupacional como o trabalho, o relacionamento interpessoal ou mesmo o cuidado com o próprio.
Apresenta uma evolução crónica que se inicia na adolescência ou na infância, sendo o pico por volta dos 20 anos. Raramente se revela antes dos 16 anos ou depois dos 50 anos. O início pode ser agudo ou insidioso.
Causas
Não existe uma causa para a esquizofrenia. Teorias neuroquímicas, genéticas e ambientais têm sido apontadas, bem como a possibilidade de o uso de substâncias psicoactivas poderem desencadear algumas situações. Em parentes biológicos em primeiro grau parece haver um risco dez vezes maior do que na população em geral.
Sintomas
Para fazer o diagnóstico são necessários dois ou mais dos sintomas descritos, pelo menos durante um mês, se não tratados (DSMIV TR):
- Ideias delirantes. Ideias sobre as quais as pessoas estão firmemente convictas e não cedem a argumentação lógica. Por exemplo, pensamentos do tipo «tenho um chip na cabeça para me comandarem».
- Alucinações. Perceções irreais olfativas, táteis, visuais, auditivas, sendo as últimas as mais frequentes, sobretudo vozes que falam entre elas ou que comentam atos do próprio.
- Alterações do pensamento. Forma e conteúdo, podendo traduzir-se por vezes num discurso incoerente, no qual surgem palavras novas ou frases sem sentido.
- Alterações do comportamento, por vezes comportamentos bizarros, maneirismos, tiques, agitação e/ou catatonia.
- Discurso pobre, avolia, apatia, anergia, descuido da higiene diária, faltas ao trabalho, indiferença emocional.
Tratamentos
Fármacos antipsicóticos
São eficazes para eliminar ou atenuar os delírios, alucinações e o pensamento desorganizado, ajudando a prevenir episódios futuros.
Programa de reablitação
O programa de reabilitação é essencial desde o início e deve ser elaborado um plano terapêutico individual.
Este plano deve permitir trabalhar as competências sociais, a adesão à terapêutica e a remediação cognitiva com vista a minimizar as sequelas da doença. Devem ser contempladas também sessões de psico-educação, quer para o doente quer para as famílias.
Psicoterapia
Este tipo de terapia pode beneficiar alguns doentes.
Revisão científica: Filomena Nabais (médica psiquiatra
no British Hospital Lisbon XXI)
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