O projeto é da Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi desenvolvido em 2005 para oferecer aos oito países de língua portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - a oportunidade de receberem informações em saúde atualizadas e relevantes, em português, através de alianças e parcerias entre instituições destes países.
O Hospital do Futuro (HdF) entrevistou Regina Ungerer, coordenadora do ePORTUGUESe.
HdF: Qual o balanço que faz da Rede ePORTUGUESe?
Regina Ungerer: Um dos objetivos da OMS é investir na melhoria e equidade entre os países, através do fortalecimento dos sistemas de saúde nacionais, trabalhar em parceria com diversos atores e instituições, investir na capacitação de recursos humanos para a saúde.
A OMS tem investindo em rede de informação em outros idiomas que não os seis idiomas oficiais das Nações Unidas. Esta rede foi desenvolvida em 2005 para oferecer aos oito países de língua portuguesa a oportunidade de receberem informações em saúde atualizadas e relevantes, em português, através de alianças e parcerias entre instituições destes países.

Como encara a Rede?
Eu vejo esta rede como uma oportunidade para os profissionais dos países de língua portuguesa sentirem-se menos isolados.

E como tem sido a adesão?
A Rede ePORTUGUESe cresce muito com a palavra de “boca em boca”. Um profissional fala para outro e assim por diante. Eu recebo muitos pedidos de pessoas que querem juntar-se à rede. Mas também têm os pontos focais nos países que também devem promover e disseminar a rede. Isso é feito em maior ou menor grau dependendo de cada país e do envolvimento dos pontos focais. 
No momento temos um profissional trabalhando para fortalecer o grupo de discussão HIFA-pt e ter uma pessoa dedicada, já aumentou em 10% o número de membros em 3 meses. Isso é muito bom.

O que está perspetivado para o futuro?
A nossa intenção é crescer cada vez mais, aumentar as possibilidades de ter mais formações, facilitar a sinergia entre os espaços de informação já existentes para evitar duplicidade, fomentar parcerias com instituições, universidades, para apoiar a troca de informação e a capacitação de RHS e apoiar o desenvolvimento de pesquisas que garantam sua sustentabilidade  nos países.

Quais as expectativas?
Utilizar e adaptar metodologias de ensino a distancia, telessaúde, web, entre outros. Mas também criar oportunidades para novas iniciativas, parcerias ou recursos.

Esteve presente na Med-e-Tel. Qual a importância deste projeto de ter sido abordado neste evento?
A ISfTeH (International Society for Telemedicine and eHealth) é uma ONG em relações oficiais com a OMS e eu sou o ponto focal para esta sociedade. Eles ficaram muito interessados em discutir a rede ePORTUGUESe e mais especificamente como uma rede de informação pode funcionar. Minha apresentação será sobre  “O poder de uma rede baseada no idioma”. (The Power of a language network).

Qual a importância de eventos como o Med-e-Tel?
Os países de língua portuguesa estão entre os menos desenvolvidos do mundo e por isso mesmo precisando de muita ajuda externa. A possibilidade de apresentar esta rede no Med-e-Tel e em outros eventos similares é uma oportunidade para divulgar, disseminar e colocar os países de língua portuguesa na pauta das agendas de desenvolvimento. É uma oportunidade de discutir com doadores e é sempre um bom marketing.

Por Sofia Filipe