As dores de cabeça estão no topo da lista das dores que mais nos atacam, sendo as mulheres tradicionalmente mais afetadas por este problema do que os elementos do sexo masculino, apesar deles também se queixarem. Na base das cefaleias, podem encontrar-se fatores biológicos e genéticos, mas estas também podem ser explicadas pela forma como cada um de nós reage aos diferentes estímulos a que está sujeito diariamente.
Para além da própria causa da dor, a sua duração e intensidade, assim como as queixas associadas e fatores agravantes permitem segmentar as cefaleias em vários tipos. Encontre, de seguida, as principais características das enxaquecas ou cefaleias de tensão.
O que diferencia uma enxaqueca
A enxaqueca é uma dor de cabeça crónica que se caracteriza por episódios de dor pulsátil. A dor, moderada a intensa, tende localizar-se num dos lados da cabeça, podendo mudar de lado. É sentida, sobretudo, na região da órbita e da têmpora. Os episódios de dor duram entre quatro a 72 horas. Podem ter intervalos de dias, semanas, meses ou mesmo anos. São vários os tipos de queixas que lhes são associadas.
A lista inclui a intolerância a estímulos sensoriais, como é o caso da luz e do som, para além das náuseas, dos vómitos e até da aura, uma vez que cerca de 15% dos indivíduos experienciam fenómenos neurológicos transitórios. São, na maioria dos casos, sintomas que duram cerca de 20 minutos e antecedem a dor. O indivíduo vê pontos brilhantes, sente a mão e o braço dormentes e tem ou pode ter uma alteração da linguagem.
Esta é uma dor de causa génetica que pode ter como fatores desencadeantes as flutuações hormonais, o período menstrual e/ou a toma da pílula no caso das mulheres, podendo estar também associada a um jejum prolongado, à ingestão de álcool, à privação de café, ao stresse, à privação de sono ou ao dormir em excesso, além da ingestão de gorduras, chocolates, natas e queijo, no caso de homens e mulheres.
A lista de fatores agravantes inclui a luminosidade, o barulho, o esforço e alguns movimentos da cabeça. Em termos de prevenção, é fundamental evitar os fatores desencadeantes. Existe um tratamento preventivo farmacológico, pelo que deve consultar o seu médico para o poder fazer. Em termos de fatores de alívio, deve exercer pressão da zona que dói ou fazer frio local, com panos com gelo ou rodelas de batata frias.
Dormir e evitar os fatores agravantes é outra das recomendações de muitos especialistas, nacionais e internacionais. Para o tratamento das enxaquecas, existem também no mercado farmácos antimigranosos específicos, anti-inflamatórios e fármacos profilácticos de vários grupos. Para saber quais são os mais adequados para si e para saber que riscos corre caso abuse da toma de analgésicos, consulte um especialista.
O que diferencia uma cefaleia de tensão
Esta é uma dor crónica tipo aperto, pressão ou até, nalguns casos, peso. Algumas pessoas relatam sentir uma espécie de capacete. Esta dor bilateral, moderada a ligeira, que se localiza na região frontal, pode dar a sensação de uma fita apertada à volta da cabeça ou abrangê-la na sua totalidade, irradiando para a nuca até aos ombros. A dor pode ser quase diária ou ocasional, podendo durar minutos, meia hora e até vários dias seguidos.
Pode ser uma dor contínua. A lista de queixas associadas inclui síndromas depressivos, dores nas costas, na coluna, no pescoço e/ou nos ombros, alterações do sono, esquecimento e/ou ainda ansiedade. A causa pode ter a ver com uma diminuição da tolerância à dor e/ou com uma contração dos músculos à volta da cabeça. À semelhança das enxaquecas, também aqui existe uma lista de factores desencadeantes e agravantes.
Às contrariedades do dia a dia, juntam-se os aborrecimentos, o stresse, a irritação e/ou os ambientes ruidosos. Em termos de prevenção, pode recorrer a antidepressivos. Em doses baixas, são muito eficazes. Muitos especialistas recomendam ainda o exercício físico, aconselhando ainda a evitar os fatores desencadeantes. Entre os fatores que aliviam, podemos incluir várias técnicas de relaxamento.
Para além de uma massagem nas costas e/ou pescoço, um banho quente ou a prática de atividades como o ioga também são recomendadas. Mais difícil mas muito terapêutico é estar num ambiente sossegado. Em termos de tratamentos disponíveis, existem fármacos antidepressivos e relaxantes musculares. Para saber quais e saber que riscos corre caso abuse da toma de analgésicos, o ideal é consultar um médico especialista.
Texto: Nazaré Tocha
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