Em Portugal, a prevalência desta arritmia cardíaca na população com idade igual ou superior a 40 anos é de cerca de 2,5 por cento. A partir dos 65 anos a prevalência aumenta para 9 por cento, ou seja, cerca de um em cada dez portugueses com mais de 65 anos desenvolve esta doença.

A fibrilhação auricular é habitualmente uma doença silenciosa. No entanto, algumas pessoas podem manifestar sintomas como por exemplo, a sensação de batimentos descoordenados do coração, pulsação rápida e irregular (com períodos de aceleração e desaceleração do seu ritmo), tonturas, sensação de desmaio ou mesmo perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito.

Prevenir o AVC com os cinco dedos da mão? Médica explica-lhe como
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Infelizmente, por vezes, as pessoas só descobrem que têm esta arritmia cardíaca depois de sofrer um AVC. É fundamental apostar num diagnóstico mais atempado. A partir dos 65 anos, para além de controlar o peso, a tensão arterial, o colesterol, ter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico e não fumar, é importante que as pessoas avaliem o seu ritmo cardíaco e as pulsações através da palpação / auto-avaliação do pulso.

Esta medida simples pode auxiliar um diagnóstico mais célebre e assim evitar as possíveis complicações da fibrilhação auricular, como o AVC.

Uma vez diagnosticada a fibrilhação auricular, na maioria das vezes, é necessário fazer uma terapêutica anticoagulante para evitar o risco de AVC. Atualmente, a terapêutica-padrão para prevenção do AVC em pessoas com esta arritmia é a anticoagulação.

Segundo as normas de orientação europeias e nacionais, para a maioria dos doentes deve ser considerado um dos Novos Anticoagulantes Orais. É importante que, uma vez prescritos pelo médico, a pessoa perceba o motivo de fazer esta terapêutica e porque é que não deve interrompê-la.

Um artigo de opinião do médico Vítor Martins, Diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital Distrital de Santarém.