Porquê resistir à carne de porco à alentejana ou aos chocos à algarvia quando pode reduzir a quantidade de gordura e continuar a beneficiar de todo o prazer?
“Antigamente é que se comia bem!” Para muitos, o cozido à portuguesa, os rojões à minhota ou o bacalhau à Braz são sinónimo de mesa farta e memória da (boa) comida da casa da mamã ou das avós.
Hoje e, por vezes, só por olhar, alguns destes pratos causam “azia”. Carne de porco à alentejana? O refogado e as batatas fritas acumulam demasiada gordura, o que aumenta o mau colesterol. Bacalhau à Brás? Uma das mil maneiras de cozinhar bacalhau, mas com muita gordura a prejudicar a digestão.
A ideia não é deixar de comer! O mais saudável passa por continuar a confeccionar a tradição, mas à luz dos tempos modernos! É possível conciliar os aspectos positivos da alimentação tradicional (muitas hortaliças, vegetais, mais peixe do que carne...) com as vantagens proporcionadas pela tecnologia actual.
Cozinhar com menor quantidade de gordura vegetal, usar tempos de cozedura mais reduzidos e com temperaturas mais controladas são exemplos práticos que deve começar a adoptar na sua cozinha!
Reduzir a gordura, sem mexer com o sabor
Um estudo comparativo sobre métodos culinários, com análises laboratoriais realizadas no INSA (Instituto Ricardo Jorge), demonstra que é possível reduzir entre 38% e 66% o valor calórico total de receitas como o bacalhau à Brás, a carne de porco à alentejana ou o frango à passarinho. Para isso bastará reduzir a quantidade de gordura, de preferência de origem vegetal, utilizada durante a confecção.
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Outro truque passa por reduzir o tempo de cozedura dos alimentos. A vantagem é que conseguirá reter as vitaminas mais sensíveis ao calor e que, normalmente, se perdem na confecção. O mesmo acontecerá com as gorduras insaturadas (mono e poli), consideradas as mais saudáveis.
Provavelmente o tacho tradicional não lhe permitirá fazer esta ginástica. Não tenha receio de utilizar novos equipamentos de cozinha que usam menor quantidade de gordura e garantem temperaturas mais controladas. O sabor, mais apurado, só terá a ganhar!
Tradição, sem peso na consciência!
O azeite é uma «boa» gordura usada frequentemente na confecção de vários pratos tradicionais. Mas quando exposto a altas temperaturas, forma vários compostos nocivos para a nossa saúde.
Use quantidades moderadas de azeite ou outras gorduras insaturadas e não as cozinhe demasiado. Relembre-se que a ingestão de gordura deve representar entre 20 e 30% do total de calorias que ingerimos diariamente.
Como vê, mais do que mudar de receita, deve repensar o método culinário que usa para cozinhar os pratos tradicionais. Os ingredientes e a dedicação que terá ao cozinhar serão os mesmos, por isso não há por que não sair bem!
Esteja atento e tire partido dos equipamentos de cozinha que permitem cozinhar com menor teor de gordura (ex. basta uma colher para, por exemplo, fritar), de forma mais homogénea e rápida. Assim ficará sem peso na consciência para degustar, em família e com amigos, os seus preparados!
A sua saúde ganha, já que consegue obter refeições nutricionalmente mais equilibradas. E a sua memória também!
Fotografia: © sumos – Fotolia.com
Agradecimentos: Rodrigo Abreu, nutricionista
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