Estudos internacionais provaram que a toma da pílula aumenta ligeiramente o risco de cancro da mama, mas previne o tumor dos ovários. De acordo com a American Cancer Society, o risco parece diminuir abrutamente assim que a mulher deixa de tomar os contracetivos orais e, após dez anos, desaparece por completo. Algumas pesquisas detetaram um risco elevado de cancro da mama em mulheres que recorrem a anticoncetivos com DMPA.
Este tipo de anticoncecionais integra uma formula injetável de progesterona que é geralmente administrada de três em três meses. O risco parece, no entanto, desaparecer ao final de cinco anos após o fim da toma. Mulheres que já tenham tido cancro da mama não devem utilizar contracetivos hormonais. Apesar destes indícios, continuam a existir mitos que condicionam e afetam a vida de muitas mulheres.
É falso que os seguintes fatores aumentem o risco de cancro da mama:
- Mamografias
As radiações a que estamos expostos durante uma viagem de avião «são muito superiores a todas as mamografias que possamos fazer na vida», compara Fatima Cardoso, oncologista.
- Implantes mamários
Segundo a especialista, «se forem de boa qualidade e estiverem em condições, não representam qualquer perigo, apenas dificultam a vigilância, ao nível da deteção de nódulos, tanto clínica como nas imagens».
- Sutiã
Os receios de que dificulta o fluxo linfático «não têm qualquer sentido», assegura a especialista.
- Secar o leite
Se é verdade que alguns estudos sugerem que amamentar tem um efeito protetor no cancro da mama, não há qualquer indício de que secar o leite aumente o risco.
- Traumatismos
Os traumatismos não provocam cancro, podem é, devido ao aparecimento de hematoma, levar à deteção de um nódulo que já existia.
- Desodorizantes e perfumes
Rumores lançados na internet apregoavam que os químicos presentes neste tipo de produto se infiltravam na pele e afetavam a circulação linfática. Todos os estudos provaram que, quando livres de parabenos, não representam riscos para a saúde, indica a American Cancer Society.
- Quistos benignos
«Podem ser desagradáveis, mas não existe associação entre quistos benignos e cancros da mama», refere ainda a médica.
Texto: Fátima Lopes Cardoso com Fátima Cardoso (oncologista médica e diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud)
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