Chama-se Cirurgia Laparoscópica de Incisão Única (Single Incision Laparoscopic Surgery — SILS) e permite a realização de intervenções por laparoscopia com apenas um pequeno corte.

É uma evolução do método laparoscópico clássico, utilizado há mais de 20 anos, através do qual era necessário fazer entre três a seis incisões diferentes no abdómen para introduzir vários instrumentos cirúrgicos.

O SILS é o primeiro dispositivo que permite o acesso de múltiplos instrumentos cirúrgicos, incluindo uma micro-câmara (o «olho» do cirurgião), através de um único orifício — feito no umbigo.

Para além de muito menos invasiva para o doente e, portanto, com menos risco de complicações, esta técnica traz uma importante melhoria em termos estéticos: sendo o umbigo uma cicatriz natural e o corte de apenas 20 mm, a cicatriz da operação fica praticamente invisível.

«Na grande maioria dos doentes operados por SILS, só com uma observação atenta é possível descobrir a cicatriz escondida dentro do umbigo», assegura o cirurgião Rui Ribeiro, o primeiro em Portugal a utilizar esta técnica.

A SILS pode ser aplicada nas mais diversas intervenções (vesícula, bexiga, ovários, intestino e baço, por exemplo), incluindo até o tratamento da obesidade, como na colocação de bandas gástricas.

Vantagens

O cirurgião Rui Ribeiro enuncia como principais vantagens do método SILS:

- Menor risco de complicações, designadamente perfurações de outros
órgãos, hemorragias, infecções dos tecidos agredidos e hérnias na
parede abdominal.

- Redução do tempo de internamento (há muitos casos que têm alta no próprio dia ou, no máximo, no dia seguinte à operação) e de recuperação (o doente sente menos dores pós-operatórias).

 - Melhoria estética: a cicatriz fica «escondida» no umbigo.

Texto: Ana Catarina Alberto com Rui Ribeiro (cirurgião coordenador da Unidade de Tratamento Cirúrgico
da Obesidade e Doenças Metabólicas do Centro Hospital de Lisboa Central)