Este é, segundo a SPG, o mais letal de todos os cancros ginecológicos. Um tumor maligno do ovário pode invadir os órgãos adjacentes.
Além disso, pode libertar células cancerígenas no abdómen, levando à formação de outros tumores em órgãos e tecidos circundantes ou até disseminar-se através do sistema linfático, explica a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Cerca de 90 por cento dos tumores do ovário surgem em mulheres na menopausa, sobretudo após os 55 anos. A laqueação das trompas ou a remoção do útero estão associadas a menor risco de cancro do ovário.
Fatores de risco
Cerca de 10 a 15 por cento das mulheres diagnosticadas com este cancro têm uma tendência genética para desenvolver a doença. O fator de risco mais significante é uma mutação genética de um de dois genes (BRAC1 e BRCA2), ambos associados também ao cancro da mama. Este não é, contudo, o único fator de risco. Seguem-se os outros a que deve estar atenta:
- Alguns estudos sugerem que as mulheres que fazem terapêutica hormonal de substituição apenas com estrogéniodurante cinco,dez ou mais anos podem apresentar um risco acrescido de desenvolver cancro do ovário. O aumento do risco é mais incertopara mulheres que tomam estrogénio e progesterona.
- Mulheres obesas correm maior risco de ter cancro do ovário. Um estudo da American Cancer Society (ACS) constatou também uma taxa de morte superior em mulheres obesas vítimas deste cancro.
- Mulheres com história familiar de cancro da mama, útero, cólon ou reto têm um risco acrescido de vir a ter cancro do ovário. Se a sua mãe, filha ou irmã têm ou tiveram cancro do ovário, terá também um risco acrescido de desenvolver a doença, revela a ACS.
- Mulheres inférteis, que não têm filhos ou tiveram difi culdades em engravidar têm risco acrescido.
Sinais de alarme
Em 70 por cento dos casos, o diagnóstico ocorre em fases avançadas. No entanto, existem sintomas que podem surgir mesmo nos estádios iniciais da doença:
- Pressão ou dor no abdómen, pélvis, costas ou pernas
- Abdómen inchado ou sensação de estar empanturrada
- Náuseas, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia
- Sensação constante de grande cansaço
Se tem estes sintomas quase diariamente durante mais de duas a três semanas, consulte um médico. A esses, podem acrescer também sintomas como os relatados por uma minoria de mulheres:
- Falta de ar
- Vontade constante de urinar
- Hemorragias vaginais invulgares, após a menopausa
Se tem estes sintomas pela primeira vez e com uma frequência quase diária, deverá procurar ajuda médica rapidamente.
O que pode fazer?
Estas são algumas das recomendações que o oncologista e cirurgião Vítor Veloso sugere:
- Amamentar parece ajudar a diminuir o risco de cancro do ovário, assim como o uso da pílula, durante mais de cinco anos.
- Seguir uma alimentação equilibrada e hipocalórica parece ajudar a proteger o organismo de várias doenças oncológicas. Deve, por isso, ter esse cuidado.
Segundo a ACS, «um estudo realizado com mulheres que seguiram uma dieta baixa em calorias, durante pelo menos quatro anos, apresentaram menor risco de cancro do ovário».
- Apagar o cigarro e reduzir o consumo de álcool podem ser aliados. Os estudos revelam que o tabagismo e o álcool aumentam o risco de um tipo de cancro do ovário.
Texto: Rita Miguel com Vítor Veloso (oncologista e cirurgião)
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