O amor-do-hortelão, uma planta que cresce por toda a Europa e pela América do Norte, assim como noutras regiões temperadas, como a Austrália, é um excelente diurético, podendo ajudar a eliminar pedras no aparelho urinário e tratar infecções do mesmo. É também um estimulante do sistema linfático, aliviando problemas de glândulas inchadas e com caroços. É ainda útil no tratamento de vários problemas de pele.
Além da seborreia, também pode ser usada para aliviar os sintomas de eczema e psoríase. Também purifica o sangue e constitui um excelente desintoxincante do organismo, ajudando a eliminar as toxinas através da urina. Tem sido utilizado nalguns casos de cancro linfático. Nesses casos, é mais eficaz ingerir a planta em forma de sumo em vez de chá. É ainda utilizada para arrefecer o corpo em casos de febre.
Os componentes desta planta
O amor-do-hortelão contém iridoides (incluindo asperulósido), ácidos polifenólocos e antraquinonas, ainda que estes só se encontrem na raiz. Também fornece flavonoides e taninos. Externamente, pode ser utizada em cataplasmas para cicatrizar e desinfetar feridas e ainda para estancar o sangue, como confirmaram vários estudos desenvolvidos em várias partes do mundo ao longo das últimas décadas.
As utilizações na cosmética
Esta planta pode ser utilizada em infusão para lavar o rosto e aclarar a pele, depois de fria. O amor-do-hortelão é também útil para combater problemas de icterícia. Pode ser misturada como a água de enxaguar o cabelo para combater a caspa. Pode ainda ser utilizado como eficaz desodorizante. Ferva a planta durante cerca de 15 minutos, deixe arrefecer e guarde no frigorífico durante cerca de cinco dias.
O amor-do-hortelão na culinária
Com os frutos desta planta, é possível preparar uma bebida semelhante ao café. A raiz do amor-do-hortelão moída pode substituir a chicória, sendo ainda muito utilizada em tinturaria para a obtenção de um bonito corante vermelho. O amor-do-hortelão ou agarra-saias, como os mais antigos lhe chamavam, é uma planta silvestre, anual, invasora, da família das rubiáceas. O nome científico é Galium aparine L.
Com benefícios fitoterapêuticos reconhecidos, apresenta um caule quadrangular, viloso nos nós e ramoso a partir da base, com espirais de folhas lanceoladas, cuja face superior está provida de pelos gancheados. As pequenas flores brancas desta planta desenvolvem-se nas axilas das folhas e têm quatro pétalas. O fruto tuberoso mede cerca de quatro milímetros e é gancheado e com pelos, enquanto a raiz é delgada. Tal como o seu nome indica prende-se obstinadamente, por meio dos caules, à roupa dos caminhantes desprevenidos e dos animais.
O amor-do-hortelão serve-se dos seus acúleos recurvados para se erguer, agarrando-se a tudo o que está próximo, sem no entanto danificar as outras plantas vizinhas. Trepa por árvores e por arbustos acima, cobrindo por vezes grandes extensões de matas e silvados. Convém controlá-la um pouco, pois é extremamente invasora, apesar de se tratar de uma planta delicada, graciosa, macia e leve.
Os ingleses dão-lhe o nome de cleavers, goosegrass ou gripgrass. O nome científico deriva de uma palavra antiga, aparinê, que significa "que agarra". Esta planta era conhecida dos antigos gregos, pois já o grego Pedânio Dioscórides, considerado o fundador da farmacognosia, explicou como os pastores usavam os seus caules, atados em feixes, para clarificar o leite. Este recomendava-a também contra o cansaço.
Texto: Fernanda Botelho
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