Farmácias Portuguesas
Nos castings, Rogério nunca anuncia que é ambíope. Aos 52 anos, a doença está estabilizada nos 24% de incapacidade visual. «Nunca digo, porque acho que «têm de ter a capacidade de nos receber, de nos acolher independentemente de não ver», explica.
Até porque acredita que a sua incapacidade visual pode ser motivo de exclusão: «Tenho dificuldade em assumir que não vejo bem porque, se disser que não vejo, eles não me chamam». Aconteceu no filme de Edgar Pêra “O Barão”, em que desempenhou o papel de empregado do barão (Nuno Melo). «Ninguém sabia que eu via mal a não ser a produção».
E o próprio cineasta, que voltou a convidá-lo para a película “Delírio em Las Vedras”, sobre o Carnaval de Torres Vedras. Ambos os filmes foram difíceis, assume Rogério, porque «foram filmados no exterior». E é com a luz do dia que sente mais dificuldade. Mas conseguiu.
«Eu quero mostrar que sou capaz, nunca deixarei de ser actor. É o que o Edgar diz: sou um actor meteorítico, mas não menos importante»
Texto de Sónia Balasteiro
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