Quer sintomática ou assintomática, pode lesar de forma permanente o sistema reprodutivo da mulher, levando a gravidez ectópica, infertilidade e a um risco elevado de transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Se não tratada a infeção pode evoluir, podendo ocorrer dor no baixo abdómen e na zona pélvica, o que pode traduzir a disseminação da infeção para o aparelho reprodutivo alto (útero e trompas de Falópio), causando a Doença Inflamatória Pélvica.

O rastreio é de extrema importância e na população jovem, (menos de 25 anos) sexualmente ativa, integra o Programa Europeu de controlo da Chlamydia trachomatis.

As técnicas de uso comum para o diagnóstico da infeção por Clamídia, nomeadamente a IFD (imunofluorescência direta) e a EIA (ensaio imunoenzimático) são pouco sensíveis (60-75%) e apresentam uma elevada exigência técnica na recolha da amostra.

Os testes de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN) apresentam uma elevada sensibilidade (90-95%) e especificidade (95%-98%). São testes aprovados para amostras não invasivas como urina do 1º jacto e secreções vaginais.

Muitos dos microrganismos das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) não são detetados pelos métodos habituais (serologia e cultura). Novas técnicas de biologia molecular, em amostras de exsudados genitais e urina, permitem hoje grandes avanços na área da Patologia Clinica contribuindo para um diagnóstico mais célere e preciso.

A deteção é executada por PCR (Polimerase Chain Reation), com amplificação do ADN de cada microrganismo na amostra. A visualização do produto amplificado é possível graças ao uso de uma plataforma tecnológica nova, baseada em matrizes de baixa densidade: CLART® (Clinical Array Technology).

O teste efetuado permite a sua deteção em simultâneo (coinfecção) na mesma amostra. Estes testes permitem a pesquisa simultânea dos agentes etiológicos mais comuns das doenças, o que permite um diagnóstico mais rápido e com decisões clínicas direcionadas.

Por Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica

Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica