Apresentamos-lhe uma forma alternativa de  fazer exercício. Chama-se Trikke e é uma trotineta de três rodas que reúne o melhor do skate, do ski e da patinagem. Não é preciso empurrar nem pedalar. Baseia-se apenas em movimentos de balanço.

Graças às suas três rodas, a Trikke é uma trotineta que garante estabilidade e segurança, pelo que pressupõe poucos perigos.

Os dois travões traseiros oferecem um grande controlo para realizar acrobacias, subir passeios, rampas... e para ser utlilizada por toda a família.

Como se desloca?

É a primeira pergunta que as pessoas fazem ao vê-la circular. Na verdade, o seu movimento responde a um princípio da Física chamado “conservação do momento angular”, baseado num sistema de torção de três pontos que faz com que o utilizador se desloque de um lado para o outro sem realizar nenhum esforço e sem qualquer impacto para as articulações.

São estes impulsos do movimento do corpo para um lado e para o outro que fazem andar a Trikke, sem necessidade de pedalar nem empurrar.

Até 1000 calorias a menos!

Investigadores da Universidade de Haia (Holanda) comprovaram que numa hora de Trikke se queimam entre 520 kcal, a uma velocidade média de 15 km/h (tenha em conta que os utilizadores mais velozes atingem os 30 km/h) e 1000 kcal aos 20 km/h, o dobro da maioria dos desportos ou actividades de fitness durante o mesmo tempo.

Se pensarmos que no jogging se consomem cerca de 375 kcal/h, na patinagem 430 kcal/h e numa aula de aeróbica 450, podemos concluir que é um bom exercício físico.

Através dele usam-se quase todos os grupos musculares. Numa sessão trabalham-se cerca de 12 músculos (deltóides, trapézios, peitorais, tríceps...).

Quem pode fazer?

Não há impacto, pelo que pode ser utilizada por todos. Adapta-se às necessidades e idade de cada pessoa e está disponível em modelos simples para os mais novos e em modelos mais complexos, inclusive com motor eléctrico, para os adultos.

O brasileiro Gildo Beleski inventou em 1988 o primeiro protótipo de veículo com três rodas para fazer descidas com desnível. Por se tratar de um veículo rígido, não podia fazer curvas de forma eficiente.

Para solucionar este problema, Beleski inspirou-se nas corridas de motas e dotou o seu protótipo com a capacidade de torção, para que pudesse acompanhar a inclinação do piloto nas curvas. Este sistema permitia, para além disso, ziguezaguear e, assim, fazer a descida.

Uma vez terminada a inclinação, a Trikke continuava a andar graças à propulsão gerada pelo ziguezague do piloto. O princípio físico que o permite chama-se «conservação do momento angular».

Texto: Madalena Alçada Baptista