De acordo com a Organização Mundial da Saúde, considera-se excesso de peso quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é igual ou superior a 25Kg/m². Já a obesidade é diagnosticada quando este valor é igual ou superior a 30Kg/m². O IMC é calculado dividindo o peso (em Kg) pela altura ao quadrado (em metros).
Em 2019, segundo os dados do Inquérito Nacional de Saúde, 16,9% da população adulta portuguesa era obesa e cerca de 53.5% tinha excesso de peso (obesidade e pré-obesidade). A prevalência de obesidade na população adulta em Portugal, segundo dados da OCDE, é de 28,7%.
Os dados documentam globalmente a gravidade da situação, mas não traduzem a realidade de um dia-a-dia de convívio com a doença, com todos os estigmas, limitações, inseguranças e sentimentos de culpa associados a esta problemática.
Os números aumentaram ainda mais com a pandemia: sedentarismo, hiperalimentação, aumento de consumo de comida processada. As alterações emocionais e a ansiedade relacionadas com o confinamento e com o desconhecimento em relação à infeção, contribuíram para o desenvolvimento ou agravamento de perturbações do comportamento alimentar.
Dados referem que 26,4% dos portugueses aumentaram de peso no período de contenção social.
A obesidade não só contribui para o aparecimento de várias doenças, como a hipertensão arterial, a dislipidémia, a diabetes mellitus, apneia do sono ou patologia degenerativa osteo-articular, mas também agrava o prognóstico de algumas doenças (p. ex. agrava em 54% a mortalidade por COVID).
Um novo estudo, divulgado na publicação científica The Lancet, estima que 153 milhões de pessoas no mundo terão demência em 2050, devido ao envelhecimento da população e a fatores de risco, como a obesidade.
A obesidade é um fator de risco cardiovascular, aumentando a probabilidade de vir a ter um enfarte agudo do miocárdio ou um acidente vascular cerebral.
Se tratarmos a obesidade estamos a investir na nossa saúde e a melhorar a nossa qualidade de vida no futuro, evitando o aparecimento de variadas doenças.
O tratamento da obesidade é orientado pelo médico, com apoio multidisciplinar sempre que necessário (nutrição clínica, psicologia, endocrinologia, fisiologia do exercício).
Para atingir um peso saudável, para além das mudanças de estilo de vida, com prática de alimentação saudável e exercício físico regular, pode ser necessário realizar medicação ou tratamento, dirigidos. A indicação terapêutica deve ser avaliada caso a caso e prescrita pelo médico.
Um artigo da médica Eduarda Comenda, especialista de Medicina Interna na Clínica Fisiogaspar em Lisboa. Dedica-se ao tratamento da obesidade e excesso ponderal. É Investigadora, consultora certificada e médica prescritora do Pronokal Group® – Metodologias específicas para o tratamento da obesidade e excesso ponderal. O método Pronokal é um tratamento médico que resolve o excesso de peso, a obesidade e a lipoinflamação, permitindo ao mesmo tempo uma reeducação alimentar e o início de um novo estilo de vida.
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