Num mundo moderno, em que cada vez mais comemos para viver, não retirando prazer de boa parte das refeições porque comemos em contra relógio, as nossas refeições são desprovidas de cor. Contudo, o mundo dos alimentos é dotado de uma imensidão de cores, tanto nos animais (carnes e nos peixes), como mesmo nos hortofrutícolas bem como nas gorduras, ou até mesmo nos laticínios.
Como fazemos nós as nossas escolhas alimentares? Maioritariamente utilizamos o sentido da visão. Contudo, e muito graças às ciências da nutrição, está hoje ao alcance do ser humano distinguir os alimentos e suas caraterísticas nutricionais através das cores, possibilitando-nos escolher livremente o alimento que melhor se adapta às nossas necessidades num determinado momento.
Grupo dos Hortofrutícolas:
Verdes: abacate, alface, azeitona verde, brócolos, cebolinha, coentro, couve, couve galega, couve de Bruxelas, chuchu, ervilha, kiwi, limão, pepino, pimentão verde, repolho, salsa, uva verde, espinafres e agrião.
São geralmente ricos em cálcio, fósforo e ferro, promovem o crescimento e ajudam na coagulação do sangue, evitam a fadiga, auxiliam na produção de glóbulos vermelhos do sangue e fortalecer a massa óssea.
Laranja: abacaxi, abóbora, ameixa amarela, batata, batata doce, batata inglesa, cenoura, damasco, gengibre, laranja, melão, milho, nectarina, pêssego, pimentão amarelo e tangerina.
Estes alimentos são, regra geral, fontes de caroteno e ricos em vitamina C, antioxidantes que atrasam o envelhecimento. Ajudam a manter a cardiovascular e melhorar o sistema imunitário.
Vermelho: cebola vermelha, cereja, maçã, melancia, morango, pimenta, pimentão vermelho, rabanete, romã, tomate e uva vermelha.
Estes alimentos são fontes de carotenóides, que são precursores da vitamina A (importantes para o função do sistema cardiovascular e para a prevenção de cancro). Contêm também licopeno, importante protetor da nossa pele.
Branco: aipo, alho, alho, espargo, banana, batata branca, cebola, cogumelo, couve-flor, nabo, pêra.
Fontes alimentares de vitaminas do complexo B e os flavonóides, importantes para a coagulação sanguínea bem como para o normal funcionamento do sistema nervoso.
Carnes:
- Carnes vermelhas: provêm de animais com maior atividade física durante a sua vida, razão pela qual tem mais glóbulos vermelhos espalhados nas fibras musculares, que lhe conferem uma cor vermelha e maior quantidade de ferro para ingestão quando consumidas.
- Carnes brancas: são essencialmente mais magras, ou seja, contêm menor percentagem de gordura e devem ser a base da nossa dieta alimentar no que diz respeito à carne.
Peixes:
A distinção da cor também nos transporta até à sua composição em gordura, pois quanto mais clara é a carne menor a quantidade de gordura que o peixe tem. Mas neste caso, a gordura do peixe é saudável, pois trata-se de gordura poli-insaturada (ómega-3). Esta gordura é benéfica para a nossa saúde pois promove a redução da pressão arterial, diminuição das taxas de triglicérideos e colesterol total no sangue, redução dos riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC), além de sua ação anti-inflamatória.
No que toca aos produtos lácteos existem também produtos, como por exemplo, os queijos que os consumidores tentam escolher pela cor. Muitas vezes optamos por queijos mais brancos evitando os queijos amarelos. De facto, quanto mais amarelo um queijo é, maior a cura e consequentemente maior a quantidade de gordura nele contido. No caso do queijo a gordura não é nutricionalmente adequada como acontece com o peixe, razão pela qual devemos consumir menos queijo gorduroso.
Uma palavra chave em nutrição é “moderação”. Apesar de alguns alimentos serem melhores para a saúde do que outros, não devemos riscar do mapa alimentar todos os que nos fazem mal e consumir apenas aqueles que pensamos serem melhores para a nossa saúde. Claro que os alimentos mais ricos em gordura animal, por exemplo, devem ser consumidos com menor frequência, mas não necessariamente excluídos da nossa dieta alimentar.
Comentários