De uma forma geral, se um animal recebe a quantidade certa de tudo o que necessita através da sua alimentação, vai manter-se feliz e saudável. Por outro lado, se tiver excesso ou falta de algo na sua alimentação ou, se consumir com regularidade rações de baixa qualidade, os problemas de saúde começam, inevitavelmente, a ocorrer. Nas últimas décadas, a consciência do público para o papel da alimentação na manutenção da saúde tem aumentado de forma significativa. A ideia de que a saúde e a alimentação estão intimamente ligadas é universal.

No entanto, apesar da crescente preocupação com a nossa saúde e dos nossos animais, a larga maioria dos cães em Portugal ainda é alimentada diariamente com comida não apropriada. De problemas menores, como irritação cutânea e problemas digestivos a problemas mais complexos, a maioria dos problemas de saúde pode ser diretamente relacionada com a alimentação. Até situações aparentemente inofensivas como a respiração, mau hálito e hiperatividade são indicadores iniciais de problemas de dieta não apropriada.

Com o passar do tempo, podem mesmo degenerar em algo mais sério. As boas notícias são que quase todos os problemas podem ser evitados ou até eliminados através da simples alteração da alimentação do cão. É crescente a procura de métodos alternativos de alimentação, nomeadamente o método de alimentação natural. Apesar de todo o processo de domesticação do cão ao longo dos anos, todas as raças modernas partilham e mantêm hoje em dia, a mesma fisiologia básica e forma músculo-esquelética dos seus antecessores.

Portanto, é difícil imaginar que as necessidades nutricionais tenham alterado assim tanto. O método de alimentação natural baseia-se precisamente na dieta natural dos cães não domesticados, lobos e cães selvagens. Se pensarmos no meio selvagem, a dieta natural é constituída por outros animais, essencialmente herbívoros que os cães caçam para se alimentar.

Além da carne e músculo destes pequenos herbívoros, fonte de proteína, o estômago das presas é rico em fontes de hidratos de carbono e matéria vegetal que proporciona fontes de vitaminas, minerais e outros nutrientes vitais. Estes hidratos de carbono e matéria vegetal ingeridos são facilmente digeridos pois já se encontram na forma pré-digerida pelos sucos gástricos da presa. Além disso os cães podem também procurar bagas, frutas e remexer o solo à procura de raízes ou de ervas.

Os problemas das dietas modernas

O maior problema atual relativamente comum a quase todos os alimentos processados para os animais de estimação é a utilização em excesso de ingredientes incorretos e insuficientes ingredientes corretos. Infelizmente, é generalizado o uso de subprodutos na indústria de alimentos para animais de estimação que se baseiam numa aproximação formulada da nutrição em vez de uma aproximação de alimento íntegro e grande parte das dietas deixam muito a desejar para uma alimentação natural.

Os principais problemas estão associados ao uso de aditivos artificiais (aromas, corantes, conservantes e/ou vitaminas sintéticas), subprodutos, insuficiência de vegetais e excesso de hidratos de carbono. Recomenda-se a todos os donos que olhem pela saúde e bem-estar dos seus cães, o primeiro passo é optar por um dieta natural, completa e equilibrada.

Quando vamos ao supermercado, é cada vez mais comum observar as pessoas a examinarem ao pormenor a informação nutricional detalhada dos alimentos embalados para o seu próprio bem e saberem que estão a fazer uma boa escolha, porque não o fazer também para os seus cães? A palavra natural neste conceito da alimentação natural é precisamente obter um alimento que seja constituído exclusivamente de matérias-primas naturais que não tenham sido obtidos por processos químicos sintéticos ou demasiado processadas e, ainda, serem completamente isentos de aditivos químicos.

Uma alimentação natural não mantém apenas uma saúde robusta mas é também usada, por exemplo por veterinários holísticos, como forma de prevenção e como parte do tratamento de muitas doenças. Da próxima vez que escolher o alimento do seu cão dê uma vista de olhos na lista de ingredientes e aditivos.

Veja na página seguinte: O que deve evitar na escolha dos alimentos comerciais

O que deve evitar na escolha dos alimentos comerciais para o seu cão:

- Aditivos artificiais

São produtos que podem ser usados para preservar o alimento, dar cor ou dar sabor e muitas vezes o seu uso está associado a substituir os elementos que estão ausentes ou que se perdem durante o processo de transformação do alimento. O perigo destas substâncias está na forma como podem interferir com o metabolismo do animal uma vez que o organismo não está preparado para os absorver da mesma maneira que produtos de origem natural.

- Subprodutos

São produtos resultantes da indústria alimentar humana que embora alguns possam ter algum valor nutricional, o seu uso, geralmente significa que a dieta não foi formulada com base nos princípios da alimentação natural e, geralmente, indica que é necessário recorrer aditivos sintéticos para tentar repor alguns elementos vitais perdidos no alimento final, tais como vitaminas e minerais. Nomeadamente no que diz respeito à origem da carne, é recomendável que esteja especificado a fonte da proteína no rótulo da embalagem como o frango, coelho, peru e/ou salmão, evitando termos genéricos associados a estas matérias-primas.

- Excesso e fonte errada de hidratos de carbono

Muitas das vezes o problema é a adição de fontes de hidratos de carbono erradas e de uma forma desproporcional relativamente aos restantes ingredientes. São exemplos o trigo, milho e soja e outros grãos processados como o farinhas e glúten, que muitas vezes estão associados a alergias e intolerâncias e podem ser difíceis de digerir pelo animal. Grãos integrais distinguem-se dos demais por possuírem um valor e qualidade nutricional superior tais como o arroz integral, cevada ou aveia.

Texto: Margarida Pereira

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