Um estudo da Universidade de Iowa, nos EUA, publicado na revista científica Cancer Cell, demonstrou que a administração de doses elevadas de vitamina C em doentes com cancro do cérebro e do pulmão, via intravenosa, numa quantidade 800 a 1000 vezes superior à dose diária recomendada, aliada à terapêutica comum (quimioterapia e radioterapia), desacelera a progressão da doença, aumenta a esperança de vida e reduz os efeitos secundários da quimioterapia.
A eficácia pode estar relacionada com o metabolismo defeituoso da mitocôndria das células do cancro, que leva à produção de moléculas que reagem com a vitamina, formando peróxido de hidrogénio e radicais livres. Os cientistas creem que os radicais livres levam à morte destas células, danificando o seu ADN. Um outro estudo da Universidade de Salford, em Inglaterra, divulgado no primeiro trimestre deste ano, também enaltece as propriedades terapêuticas desta substância.
Um grupo de investigadores deste estabelecimento universitário assegura que uma combinação de vitaminas e antibióticos pode ser até 100 vezes mais eficaz do que outros dos fármacos atualmente em uso. Os efeitos secundários desta terapêutica também serão menores. «A vitamina C e outros componentes atóxicos [foi usado Doxiciclina] podem desempenhar um papel na luta anticancro», afirma Michael Lisanti.
Segundo o professor, um dos autores do estudo, «os resultados indicam que é um agente promissor nos ensaios clínicos [que teremos ainda de fazer]». «Pode ainda ser usado como um complemento a teorias mais convencionais para prevenir a reincidência de tumores e para travar a progressão da doença e o desenvolvimento de metástases», acrescenta ainda o especialista.
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