Num discurso agendado para tarde de hoje (noite em Lisboa), Joe Biden irá detalhar as principais alterações ao plano de inverno contra a covid-19, forçadas pelo aumento de infetados com a variante Ómicron, cujas propriedades não são totalmente compreendidas pelos cientistas.

A Casa Branca facultou detalhes sobre as propostas que o Presidente norte-americanos irá anunciar hoje.

Veja o vídeo (em inglês)

Um fator importante do plano é a decisão de Joe Biden em adquirir 500 milhões de testes rápidos para oferecer a todos os norte-americanos a partir de janeiro de 2022. Os cidadãos deverão usar um novo ‘site’ na Internet para solicitar os testes, que serão enviados por correio de forma gratuita, indicou a Casa Branca.

A deliberação marca uma grande mudança para a Administração Biden, que antes havia pedido que fossem os norte-americanos a comprarem os testes rápidos por conta própria e, de seguida, pedissem o reembolso através do seguro de saúde.

Pela primeira vez, a Casa Branca vai enviar testes à covid-19 gratuitos diretamente aos norte-americanos, depois de mais um ano de solicitações de especialistas em saúde pública.

Especialistas criticaram a abordagem inicial de Joe Biden de comprar primeiro e receber depois, alertando que os Estados Unidos enfrentariam outra fase de problemas com as testagens num momento crítico.

Aqueles que defendem a testagem em massa apontam para países como o Reino Unido e a Alemanha, que distribuíram milhares de milhões de testes aos cidadãos e recomendam que as pessoas sejam testadas duas vezes por semana.

A Administração Biden vai criar também novos centros de testagem e utilizará a Lei de Proteção de Defesa para ajudar a fabricar mais testes.

O primeiro novo centro de testagem com apoio federal será aberto em Nova Iorque esta semana. Os novos centros de testagem vão somar-se aos 20.000 já disponíveis. Funcionários da Casa Branca disseram que estão a trabalhar com a Google para que as pessoas os possam encontrar ao digitar no motor de busca: “teste covid gratuito perto de mim”.

Ainda assim, o aumento dos testes ficaria muito aquém dos níveis necessários para todos os norte-americanos testaram na taxa recomendada de duas vezes por semana.

Os Estados Unidos precisariam de 2,3 mil milhões de testes por mês para todos os maiores de 12 anos serem testados, segundo a organização sem fins lucrativos (ONG) Kaiser Family Foundation.

Atualmente, os Estados Unidos podem realizar cerca de 600 milhões de testes por mês, com os testes em casa a corresponderem a cerca de metade, de acordo com investigadores da Arizona State University.

Na outra ponta do plano alargado da Casa Branca, Joe Biden está a preparar-se para enviar mais 1.000 militares com habilidades médicas para ajudar os hospitais que estão a sofrer com o aumento de casos infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2. Também estão a ser enviados médicos federais para os estados de Michigan, Indiana, Wisconsin, Arizona, New Hampshire e Vermont.

De forma semelhante, há planos para adquirir mais ventiladores e equipamentos de proteção, expandindo os recursos hospitalares.

A Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA, na sigla em inglês) irá implementar centenas de ambulâncias e equipas paramédicas para que, se um hospital ficar lotado, possam transportar os pacientes para outras unidades hospitalares.

A Casa Branca vai apoiar ainda vários centros de vacinação e disponibilizará centenas de profissionais de saúde para administrar as vacinas.

Para aqueles que já estão totalmente vacinados, as injeções de reforço têm demonstrado, em testes de laboratório, fornecer uma forte proteção contra a Ómicron.

Os dados mostram que as pessoas vacinadas que são infetadas têm menos probabilidade de sofrer doenças graves que levam a internamentos ou à morte. Para os não vacinados, Joe Biden planeia entregar uma severa advertência de que estão a arriscar as suas vidas e as vidas das suas famílias.

Na segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o Presidente dos Estados Unidos não planeia impor um novo confinamento e, em vez disso, irá encorajar as pessoas a se vacinarem – e, se forem elegíveis, a serem vacinadas com a terceira dose.

Alguns especialistas disseram que o plano de Joe Biden é um passo na direção certa, mas o chefe de Estado não foi longe o suficiente para tentar se antecipar ao vírus, devido aos riscos de infeções e os hospitais estarem sobrecarregados.