"Fiquei sonolenta e tonta e o meu coração acelerou", descreve Leila (nome fictício), sobre a primeira toma de Flibanserina, o também apelidado "viagra feminino", em declarações à BBC. O uso do medicamento foi autorizado pela primeira vez nos Estados Unidos há três anos e está agora a ser fabricado no Egito por uma farmacêutica local. Na Europa, a substância não foi ainda homologada, nem há previsão de que o venha a ser.

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Leila é dona de casa, tem 30 anos e prefere não revelar a identidade, uma vez que falar sobre problemas e necessidades sexuais é um tabu em dezenas de países de todo o mundo.

Leila, que não tem problemas de saúde, comprou o medicamento sem receita médica - uma prática comum no Egito. "O farmacêutico disse-me para tomar um comprimido todas as noites por algumas semanas. E disse que não haveria efeitos secundários", diz, citada pela radiotelevisão pública britânica, para logo a seguir dizer que não o voltará a tomar.

A fabricante local de Flibanserin diz que três em cada dez mulheres no país têm baixo desejo sexual. Mas esses números são apenas estimativas aproximadas, uma vez que não existem dados oficiais sobre o transtorno de desejo sexual hipoativo (HSDD) no país.

Embora o fabricante garanta que a droga é segura e eficaz, muitos farmacêuticos e médicos discordam. O fármaco pode baixar a pressão arterial e ser problemático para pessoas com doenças cardíacas e hepáticas.

Autorizado nos Estados Unidos

A empresa farmacêutica norte-americana Sprout Pharmaceuticals conseguiu em agosto de 2015 a aprovação para comercialização do medicamento flibanserina, sob o nome comercial Addyi. O objetivo deste medicamento é tratar o HSDD, ou seja, a diminuição do desejo sexual em mulheres que ainda não entraram na menopausa.

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Esta substância farmacológica é a primeira no mercado com o objetivo de tratar diretamente a falta de desejo sexual na mulher - nenhum dos medicamentos de tratamento de disfunção sexual nos homens tem o objetivo de atuar no campo do desejo.

Segundo o regulador americano, a prescrição de Flibanserina foi aprovada para mulheres na fase de pré-menopausa – que inclui toda a vida sexual da mulher até ao aparecimento dos primeiros sinais da menopausa – que sofra de transtorno de desejo sexual hipoativo.

O medicamento, cujo nome comercial é Addyi, tem um composto que atua sobre a serotonina – a hormona que regula, entre outras coisas, a ansiedade e o humor, mas também a locomoção, fome e libido.